Exija o selo do CIF ou atestado saúde!
Da época em que foi instituída até agora, a mais antiga “profissão” da mulher (com todo respeito) sofreu poucas regulamentações, mas sofreu algumas! Os locais do exercício profissional avançaram para o moderno. Motéis com piscina de hidromassagem para o antes e o depois, ar condicionado, camas redondas, frigobar onde até camisinha geladinha tem. Tudo para se tornar prazeroso o momento do prazer! No tempo da caverna nem lençol havia para forrar o leito de pedra dura, e o suor escorria imundamente sobre o corpo da mulher, que por regra estava por baixo. Um vexame tudo isso; pena que Deus ao criar o casamento o diabo se apressou em instituir a traição!
Com o tempo as prostitutas começaram a receber atenções e ações. As preocupações não são apenas para a saúde das meninas, mas principalmente da não contaminação eventual do usuário e, por tabela, da mulher do usuário e outros. Lembro-me que há meio século em que eu menino de dez anos, curioso, queria saber o que acontecia por traz dos tapumes que impediam o livre acesso as ruas de alguns quarteirões em um quase centro do Rio de Janeiro. Os mais velhos só me diziam ser a “Zona”, eu cada vez que passava na Avenida Presidente Vargas, próximo a Praça Onze, perguntava o mesmo e me diziam o mesmo. Até que um dia me disseram, “ali é o lugar de fazer nheco-nheco”. Para mim deu no mesmo, pois garoto de dez anos no meu tempo não sabia o que era isto, e nem aquilo!
Mas lembro que por vezes via uma grande ambulância em uma das entradas daquele local reservado. Era uma equipe médica que ali comparecia de tempo em tempo com a finalidade de examinar as mulheres meretrizes, constatar se haviam se contaminado com doenças sexuais transmissíveis, não se falava em AIDS, mas haviam outras doenças temidas, a mais famosa era a tal de “gonorréia”. Era uma medida preventiva das autoridades de saúde. Isto acontecia nos anos cinqüenta do século passado. E agora o que as autoridades têm feito para o bem das prostitutas além de propaganda de camisinha?
Alguns fazem ou tentam fazer: Leio que a Justiça Federal proibiu o município de São Sebastião do Caí, a 66 km de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, de exigir que prostitutas realizem exames de HIV e de doenças sexualmente transmissíveis periodicamente. Uma lei tornando a prática obrigatória na cidade foi instituída em 1998. A determinação, no entanto, não estava sendo cumprida devido a uma liminar que suspendia seus efeitos. "Não adianta polemizar. Nós achávamos que estávamos fazendo um bem, agora a Justiça Federal acha que estamos fazendo um mal", diz o prefeito, Léo Klein, PP, Ele afirma que a prefeitura ainda não foi notificada da decisão. Segundo o prefeito, a Justiça do Estado já havia julgado ação semelhante e dado ganho de causa ao município.
Posso estar equivocado, mas a juíza que deu a sentença se equivocou como se equivocou o promotor público federal. Afinal todo consumidor tem direito a garantia de sanidade do que está comendo. Tanto que os alimentos mortos devem ter o chancela do CIF e alguns serem mantidos em refrigeração adequada. Se a justiça havia de dar alguma sentença, mostrando com isso que está viva e operante, que determinasse a exigência de ar condicionado em todos os quartos no lupanar onde fica o estoque, mantendo-as sob refrigeração ambiental, conservando-as mais. Por sorte as “Bastianas de São Sebastião do Cai” não foram ameaçadas ao uso obrigatório de sal grosso com vinagre naquele local, como aconteceu em um município do Sertão, onde um prefeito acostumado preparar carne de sol queria usar do tal artifício condimentar para evitar doenças venéreas e conservar o produto, farto em sua cidade!
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(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia, e só faz refeições em casa, onde tudo é saudável!
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