Caminho da frente
Tudo que havia nas mãos
Foi se transformando em mar sem água
Não tinha ideia de como começar
Como não me ver sufocada em cada segundo de melancolia e falta do que fazer
Destroços agarrados em pleno chão de mármore mais frio do que meu coração, que de tanto ficar latejando e latejando foi se formando uma poça de arrependimentos e soluços sem um fim próximo do começo
Não era eu quem tentava acabar com minha dor
Por uns segundos do relógio que berrava seu despertador nos meus ouvidos em plena madrugada, todos os momentos de paz que me restavam foram trazidos em plena madrugada, contudo que ela não me dominasse por inteiro quando fosse o cair da noite
Minha confusão era cada vez maior todo o santo dia de vida e algum tipo de agonia que me faltava ter e contar em contos de falta do que pensar e fazer, ao menos tenho um lugar no meio de uma casa confortável e com um família que pode me achar estranha, mas me desejam o bem
Foram os dedos sem tocar o céu, foram os meses pensando na morte da bezerra que me mostram por onde começar sem me enlouquecer de vez
Sem parar e me ver descrita em uma folha policial, nem escrita pra ficar por tempo indeterminado em um lugar para se esclarecer ideias
Ao menos tenho um ciclo, um ar de boa vontade de ser um pouco menos rabugenta do que sempre fui em alguns anos perdidos e sem sal da minha doce e amada vidinha de sem ter no que fazer e reclamar por tudo, até por um espinha no nariz
Vendo minha situação de pura doçura consegui ter em mente que não dava pra continuar como sempre me quis ver, não sabia por onde começar de onde terminar, só não dava mais pra olhar pra trás pensando que fosse algum caminho da frente.