VIDA BOA.


E ela foi contente mas solitária, infeliz e resoluta a impedir o caos em sua vida.
Comprou begônias em pequenos vasos, ainda em botão, para distribuir por toda a casa. Apressou-se em adquirir lâmpadas modernas, tipo luz do dia, na intenção de tornar mais claro o local onde iria viver o resto de seus dias. Pensou em pintar as paredes de amarelo claro com tons de marrom, dando a impressão de alegria e nostalgia no ambiente, porém usou a cor branco gelo, para simplificar todos aqueles pensamentos. Subiu a escada e pegou, na parte superior do armário, as cortinas estampadas que já estavam guardadas a um longo tempo e que poderiam dar um ar de leveza e felicidade ao local. Depois de ter feito todas estas modificações radicais em sua residência, saiu à rua, se sentiu feliz por ter dado a volta por cima da angustia. Foi à praia, caminhou durante horas no calçadão, passando por pessoas de diversas formas de vestimentas, cumprimentou quase todas elas, parou, retirou o tênis e as meias, pisou na areia quente dirigindo-se à água, uma onda surpreendeu-lhe e molhou seu corpo, permaneceu ali durante alguns minutos contemplando a imensidão e a magia do mar, retirando-se em seguida e sentando em uma mesa à beira da calçada, pediu, pagou e tomou água de coco, para depois ir de volta ao lar. Então ela pensou em todos os momentos vividos, de alegria e tristeza, de aventuras e desventuras, de vitórias e derrotas, de amor e de indiferença, de carinho e de ódio, de tumulto e de silêncio, de gente e de solidão.
Deitou em sua cama, dormiu, sonhou com árvores floridas, com vôos de pássaros, com crianças brincando no quintal, com ela mesma namorando no sopé da casa de seus pais e quando acordou, respirou fundo, tranquila, por todas aquelas demonstrações de vida boa.




Por: Jaymeofilho.
19/12/13.
Jaymeofilho
Enviado por Jaymeofilho em 19/12/2013
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