ÉRAMOS TÃO JOVENS...

NA MANHÃ DE 18 DE DEZEMBRO DE 2013

Ofereço a cada um dos amigos daquele tempo... Há quanto tempo não nos vemos... Há quanto tempo, amigos.

Era ainda na década de 1970. Éramos todos jovens estudantes universitários, com todos os sonhos ainda muito claros e vivos na alma. Um grupo grande de amigos, alguns nascidos em outros Estados, outros em cidades do interior de São Paulo, outros tantos da Capital, como eu.

Éramos muito unidos. Cada vez que alguém se casava ou morria na família de origem de um de nós, lá íamos todos, para alguma cidadezinha que nos esperava com todas as suas portas e janelas abertas. Acampávamos também e, quando isso ocorria, para evitar possibilidade de problemas, ninguém levava namorado, namorada... (no grupo, ninguém namorava com ninguém do grupo, essa era uma espécie de regra inexpressa, mas, obedecida por todos).

Com muita saudade, vou evocar o nome de alguns desses amigos: Edna, Élio,Toninho, Carlos, Dayse, Heitor, Alcino (o violonista do grupo e meu parceiro de cantorias), Zezé (Maria José), Zé, euzinha aqui rsrsrs, Sueli, meu irmão (...). Nos acampamentos, ninguém dormia; passávamos a noite na praia, a cantar – eu, como já referi, era a cantora oficial do grupo, Alcino me acompanhava ao violão. Tempos paradisíacos, se comparados com os de hoje, ainda que politicamente terríveis, também – esse o outro lado da moeda.

Décadas depois, dos nossos sonhos pouco restou; a História se repetindo como farsa, a corrupção espantosa, a violência inaudita por todos os lados, as drogas, e por aí vai. Salvar esperança e algum sonho hoje, são tarefas de Hércules. Tarefas de Hércules, para todos e para cada um de nós. Seja como for é preciso tentar realizá-las, a tais tarefas, para ressuscitar o possível dos sonhos, para se poder caminhar ao lado da esperança possível.