O natal e o velhinho.

Vem chegando o natal, o centro da cidade está enfeitado com luzes multicores. As pessoas passam apressadas e admiram as árvores, que brilham entrelaçadas aos pisca-piscas. Que, instantaneamente, piscam com as luzes coloridas e vemos o verde das folhas e a penumbra da noite, intercalados. E, lá está o velhinho, sentado no banco da praça! Olhando a gente que passa, e se distraindo. Vendo os sorrisos que de repente se esboçam, espontaneamente. Noutro dia, eu também o vi sentado naquele banco, de pernas cruzadas, com o mesmo riso solto, e olhar levemente apertado. Estava no mesmo lugar, sentado no banco, recebendo luz de uma luminária pública, que parecia uma estrela cadente, o seu foco era o velhinho. Tinha um pacote grande do seu lado, como no outro dia. De vez em quando, secretamente, eu o reparava. E, pude ver que ele, discretamente, apanhava uma surpresa dentro do saco e entregava com carinho a um transeunte. Sorria para o passante, e com o indicador nos lábios, pedia silêncio. De maneira que ninguém via o seu gesto velado, e a pessoa prosseguia sorrindo e se sentindo única. Mas, eu, cuidadosamente, fazia de conta que não via. Estava esperando o ônibus para retornar para casa, e, tive o prazer de guardar para mim essa atitude. De repente, me despertou um irresistível desejo. Queria me aproximar, conversar e lhe escutar. Mas, me contive, porque via que ele estava sendo feliz, e não era justo interromper o seu nobre e sigiloso ritual. Pela primeira vez, pude entender, o que era sentir uma inveja boa, como sempre brincava comigo, uma amiga. Percebi que estava contagiada pelo espírito do natal, que aquele velhinho me despertara, e que era criança de novo, vi as luzes com brilho nos olhos, e a esperança me invadiu o coração. Logo, peguei o ônibus e voltei para casa. Mas, no trajeto, fiquei pensando na atitude daquele velhinho, “papai-noel?”, queria que outras pessoas também o vissem, em segredo. Que brindassem dessa bebida, e que inspirassem o mesmo oxigênio que transpassou pelos meus pulmões. Que se multiplicasse essa atitude no dia a dia de nossas vidas, e vivêssemos com a solidariedade e o amor deste alegre e sorridente velhinho.
"Que Jesus Cristo esteja presente nos festejos de natal". 
Maria Amélia Thomaz
Enviado por Maria Amélia Thomaz em 17/12/2013
Reeditado em 18/12/2013
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