MANDELA: A INCRÍVEL HISTÓRIA DE UM GRANDE GUERREIRO

No dia 05 deste mês (dezembro de 2013), morreu o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela. Durante todo o tempo em que esteve internado em estado crítico de saúde, numa luta acirrada pela vida, contra uma infecção pulmonar, resistiu bravamente até às últimas forças sem, em momento algum, como lhe era peculiar, duvidar do sucesso da batalha. Ele perdeu, aliás, a única em toda sua vida, pois as que em sua trajetória travou, apesar dos percalços pelos quais passou, sagrou-se vencedor.

Por mais que alguém tente descrevê-lo, tal tarefa torna-se impossível, pois suas atitudes contrariaram qualquer lógica humana.

Durante o Apartheid, política oficial de segregação racial, onde a cor da pele definia o direito de uma pessoa, impedindo os negros de qualquer socialização com os brancos, inclusive de direitos econômicos e políticos, engajou-se na luta por uma África do Sul livre e igualitária.

Preso em 1962, numa cela minúscula, ficou 21 anos sem tocar em sua esposa, vendo-a somente através de um vidro e com direito apenas de uma visita por ano.

Na década de 1980, o mundo se revoltou contra o regime extremista da África do Sul e todos clamavam pela libertação do líder negro.

Em 11 de fevereiro de 1990, após 27 de encarceramento, foi libertado. Em 1993, dividiu o Prêmio Nobel da paz com Klerk e em 1994 foi eleito o primeiro presidente negro da história de seu país. Agora, com o destino da nação em suas mãos, num clima de intensa revolta dos negros contra os brancos, quando todos esperavam revanche, lhes ofereceu o perdão, e ao invés do ódio, lhes ofertou o amor.

Em 1995, usou o esporte, através do Rugby para unir negros e brancos.

“Não há caminho fácil para a liberdade”, dizia, contudo, a certeza de que obteria êxito era tamanha, que escreveu: “Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitas para viverem como irmãos”. Sua tese era de que “o impossível é apenas uma opinião”. E ele estava certo, pois como disse Henry Ford: “Se você acha que consegue ou que não consegue, de qualquer forma você tem razão”.

Quando perguntado como gostaria de ser lembrado, respondeu: “Eu seria muito pretensioso se dissesse como gostaria de ser lembrado, mas deixo essa decisão para os sul-africanos”.

Sua mensagem é um convite à paz: “Perdoe e conviva pacificamente com as diferenças”.

Exemplo de perdão, força, resistência, sabedoria e graça, Nelson Mandela não se descreve com palavras. Ele é simples e incrivelmente o homem que mostrou que é possível remar contra a maré e vencer o maior dos adversários: nós mesmos!

Conquistou o respeito e a simpatia de seu país e do mundo.

Ontem (dia 15), em seu funeral, milhares de pessoas estiveram presentes para se despedirem do homem que encantou o mundo com sua forma de olhar o outro de dentro para fora.

05 de dezembro de 2013, morreu um grande e indescritível homem, porém não sua história, pois ela se perpetuará por gerações...

NOTA: NELSON MANDELA foi como um diamante entre os cascalhos, uma verdadeira relíquia que, de tão preciosa, torna-se difícil de encontrar, principalmente numa era capitalista, onde o individualismo e o desenfreado consumismo têm se tornado como uma erva daninha a se proliferar nos corações, tornando o SER menos HUMANO.

MANDELA tinha uma visão pluralista e se importava de fato com seu povo, mesmo que isso significasse a perda de sua própria vida. Em suma: um homem diferenciado que foi e fez a diferença num contexto sócio-político completamente indiferente e demasiado agressivo à sua visão de mundo.

Mesmo em meio ao repúdio da sociedade e os 27 longos e sofridos anos de prisão, numa situação completamente desumana, não se intimidou, mas levantou a cabeça, engoliu muitas vezes as lágrimas e buscou o guerreiro que havia em seu ser e foi à luta e venceu; venceu de forma deslumbrante, emocionante e inenarrável. Venceu seu maior adversário: ELE MESMO!

ROGÉRIO RAMOS
Enviado por ROGÉRIO RAMOS em 17/12/2013
Reeditado em 17/12/2013
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