PELO REINO DE DEUS
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Músicas natalinas. Luzes. Comes e bebes. Para a maioria, o menino Jesus não passa de uma figura no imaginário. Uma figura terna; não eterna. Então, dá-lhe consumismo...
O período natalino é apenas um período. No mais, no palco da vida: holofotes, mordomias, poder e mando: militar, eclesiástico, empresarial, sindical, político; máfias de gabinetes e nos corredores das repartições públicas. Uns, na disputa dos morros, de bermuda e chinelos, a mão armada. Esses não usam black tie. Outros, a mão desalmada. Resultado: exclusão social.
Felicidade duradoura não se reduz a momentos fugazes, sazonais, ilusionistas. Mas é água pura que corre translúcida, por entre seixos, sem se machucar. Trégua de Natal é pouco. Como é pouco presentes e comemorações. Queiramos paz e solidariedade o ano inteiro.
Mas o que é felicidade? Felicidade é não fugir de nós mesmos. Se esperamos o que não vemos é porque é na esperança que o fazemos.
Feliz Natal! A felicidade preconizada no Natal é indissociável da esperança. Para os cristãos, o Natal é o grande ícone do cumprimento das profecias:
numa noite feliz, pobrezinho nasceu em Belém... Ei-lo na lapa. Quem espera sempre alcança, é o dito popular. Ou: nem tudo está perdido quando resta uma esperança. E ainda: a esperança é a última que morre.
Esperança é começo, meio e fim. É fio condutor. É manancial, é filete d’água, e é foz. Olhos d’água, correnteza, desaguadoiro. A esperança é nada, e é tudo.
É pretensiosa e despretensiosa, finita e de campos infinitos. Esperança é vela acesa. Mesmo bruxuleante. Esperança é luz na escuridão. É lenitivo para noites traiçoeiras, se a cruz pesada for. O amanhã nunca morre.
Felicidade e esperança, advento e epifania. O reino de Deus não é fruto do imaginário. Está é dentro de nós. Do reino de Deus diga-se o mesmo que Artur da Távola dizia da música: que é vida interior; e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão.
Feliz Natal! ELE chegou...