ANDERSON SILVA NO OCTÓGONO COM OS LEÕES

O rapaz era um touro de tão alto, um touro de tão forte e o apelido “Touro”, pegou fácil, o sujeito e o predicado eram unha e carne! Mas, o que parecia caber num parágrafo, a vida, no apogeu da mocidade, escritora surpreendente, transformou em romance.

Depois de um mergulho acidental numa cachoeira, o “Touro” ficou paraplégico.

Adaptado à cadeira de rodas, continuou estudando, passou no vestibular pra medicina, se formou, exerceu a profissão e criou bela família.

Décadas mais tarde, ainda na lida, mesmo podendo se aposentar, não se aposentou, pediu transferência pro céu, ele podia!

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Na jaula octogonal o campeão se depara com leões. Não está sozinho, segue com ele na memória o menino vestido com a fantasia do “Spider-man”.

A luta por começar é coisa de gente grande, revanche. Ele sabe mas, nos segundos anteriores ao embate, banhando-se com aquela lembrança, sente-se mais próximo da água, das formas assumidas por ela com propriedade criativa, moldando movimentos ora com toques sutis e abrangentes, ora com força arrebatadora e precisa.

Assim eu quero ver Anderson Silva no ringue dia 28 de dezembro!

Se a esquiva dele estará com ou sem guarda ou se ele vai ou não continuar saracoteando no ringue para deleite dos fãs e irritação dos oponentes, não me importo. Torço confiante para vê-lo utilizando sabiamente o conhecimento conquistado em anos de dedicação ao esporte.

Derradeiramente vencida, com amadurecimento, a derrota advinda da última luta, o Aranha partirá para a teima fortalecido, em vantagem! Amansou as suas feras interiores e, mais uma vez, atleta obstinado e talentoso partirá para buscar, lutando, aperfeiçoamento como pessoa.

Valei-me, Bruce Lee!