A DURAS PENAS
O ser humano deveria ser talhado para ser feliz aqui na Terra. Digo deveria porque, na realidade, ele o é, desde que consiga enfrentar as turbulências próprias da vida física. Segundo a Doutrina Espírita este é, no momento, um Planeta de provas e expiações e o espírito é preparado, antes de reencarnar, para aquilo que deve vivenciar, secundado na espiritualidade por seres que estarão ao seu lado, auxiliando-o. Seriam os chamados "anjos de guarda". Assim, se o homem consegue passar pelas tempestades com coragem e resignação, o sofrimento não seria tão grande. A aceitação anularia em muito a dor.
Sabemos, porém, que só em raríssimas exceções isso acontece. Creio que dá para contar nos dedos aqueles que assim procedem. Porque, ao reencarnar, as lembranças do "combinado" em outro Plano ficam adormecidas e não raras vezes vemos pessoas exclamando contra a Divindade, atribuindo sua dor a outrem. E isso só faz aumentar a dor.
Não é uma tarefa fácil enfrentar as pedras que nos surgem no caminho. Que não são poucas! Além das doenças a que estamos sujeitos, muitas vezes se somam as dores emocionais. Não sei qual a que dói mais! A dor física é material, está ali manifesta. A emocional ninguém vê, mas ela também pode aniquilar o ser.
E assim, entre resignação e lamento, vamos vivendo, sofrendo, aprendendo. A duras penas, mas com a esperança que, um dia, possamos merecer alçar novos vôos no crescimento espiritual.
Ninguém é obrigado a concordar, mas este é o meu pensar e, podem ter certeza, estou aprendendo... a duras penas!
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@ Dedico esta crônica ao meu amigo Alberto Vasconcelos,
cujo pensar sobre este assunto é diametralmente
oposto ao meu e ao qual eu agradeço pelo
respeito com que sempre baseou
nossas relações literárias.