Diário de uma garotinha

“E condenaram a garotinha a ser morta na fogueira.

A acusação? Ela vestia preto.

Vestia preto simplesmente porque essa era sua cor preferida.

E morreu em agonia enquanto homens perfeitos comemoravam a aniquilação do mal.

Seu espírito sofrido e indignado quase se perdeu por entre espinhos.

Até que ela avistou um homem envolto a um manto que passava estrada afora.

Ao tentar segui-lo, vozes e mais vozes gritaram:

"Não o siga, é um demônio!"

Mas a garotinha mais uma vez ouviu a voz de seu coração e o seguiu mesmo assim.

Logo adiante o homem lhe esperou, mostrou seu rosto e lhe sorriu.

Era um anjo que também vestia preto.

E juntos partiram. O sol lhes esperava para se pôr.”

Léia Carmona Torres
Enviado por Léia Carmona Torres em 16/12/2013
Reeditado em 16/12/2013
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