Diário de uma garotinha
“E condenaram a garotinha a ser morta na fogueira.
A acusação? Ela vestia preto.
Vestia preto simplesmente porque essa era sua cor preferida.
E morreu em agonia enquanto homens perfeitos comemoravam a aniquilação do mal.
Seu espírito sofrido e indignado quase se perdeu por entre espinhos.
Até que ela avistou um homem envolto a um manto que passava estrada afora.
Ao tentar segui-lo, vozes e mais vozes gritaram:
"Não o siga, é um demônio!"
Mas a garotinha mais uma vez ouviu a voz de seu coração e o seguiu mesmo assim.
Logo adiante o homem lhe esperou, mostrou seu rosto e lhe sorriu.
Era um anjo que também vestia preto.
E juntos partiram. O sol lhes esperava para se pôr.”