A Arte de escrever


Escrever é uma arte, ou talvez o desespero do escritor que lhe é imposto pela alma. Se escreve sobre tudo e sobre todos.
As aves, as crianças, sobre o amor que sente e que mente, e sobretudo sobre a solidão do amor sem o ter tido , ou ter-se perdido.
O poeta é, antes de um fingidor uma lágrima escondida. Escorrendo entre faces de quem lê, ora distraído no brincar de sorridentes faunos ,por vezes respingado entre lágrimas de saudades e tristezas ou de um amor que não lhe cabe mas lhe transborda .
O poeta desnuda-se , despe-se da forma temporal e humana quando escreve; entrega sua alma aos sonhos, devaneios que o assombram em intermináveis noites insones.
Sonha em morte a sua vida, e ri, e chora. Ao poeta não cabe outra coisa senão a arte de escrever , dar-se aos pedaços em versos e estrofes, sons que lhe ecoam da alma , triste ,alegre, solitária.
Nada mais cabe ao poeta que não escrever ,escrever. Entregar-se aos ávidos pensamentos em uma busca louca, uma procura de si mesmo.
Não, o poeta não é alegre; antes chora as dores,, todas as dores do mundo são em suas letras traduzidas e choradas.
E nesse mar de lágrimas e lúgubres tristezas a que se entrega o poeta a lembrança do passado perdido e as esperanças do futuro distante , lhe nascem os versos. Brotam à flor da pele a alma desnuda e simples, puros sentimentos de poeta.
Não pensem jamais que o poeta é triste. Canta em versos sua alegria contagiante, o amor cantado em rimas que se perdem em sonhos coloridos e melodias angelicais. O poeta canta o amor em sua forma mais plena e absoluta. Canta a paixão desesperada em formas resolutas , absolutas.
Não teme a morte o poeta , antes a persegue como que a vislumbrar seus segredos e seus mistérios.
O poeta é antes de mais nada um interpretador. Traduz nos versos oque a alma silencia e as compreende.
Despe-se de conceitos e estereótipos para apenas penetrar nos silenciosos vales escuros da alma.
Não domina as emoções, antes dela se faz aprisionado , por tanto amar, por tanto amor, por tanta dor. O poeta nada mais sabe que suas próprias dores ,seus amores proibidos, sorrisos mascarados em lágrimas incontidas.
Sim o poeta mente. E suas verdades escancaradas enganam a própria vida, formando de seus dias maravilhosas esperanças , alento para as nossas tão sem cor, tão sem versos, sem poesia.
JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 13/12/2013
Reeditado em 09/01/2014
Código do texto: T4610567
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