NATAL 2013

NATAL 2013

10/12/13

Blim blão, blim blão, blim blão, faz o sino de natal anunciando a chegada d’Aquele que deu Sua vida para nossa redenção. Finda outro ano para que um novo venha a nascer, assim é a vida em sua roda eterna. Nas manchetes de fim de ano vemos as irreparáveis perdas que tivemos Mandela, Nilton Santos e uma infinidade de outros anônimos ou de renome que deram sua vida por aquilo que amaram. Ano em que vimos o gigante rugir dando passos em busca do caráter perdido. Foram breves os rugidos, manchados por aproveitadores públicos ou privados, oportunistas que se interessavam por desacreditar e “ilegítimar” qualquer movimento que pudesse moralizar o país, mas o gigante rugiu e mostrou que está vivo. Vimos tardias obras nascerem para permitir que se desloquem pessoas que não têm destino e outras que ainda que o tenha não conseguem nele chegar. Vimos que a justiça ao ser praticada, e aí não interessa em que medida, cria heróis. Estamos em época de mudança, mudança não de um país, mas do mundo, de toda a humanidade. Humanidade que se comporta como os adolescentes, onde os hormônios influenciam os comportamentos e os limites são experimentados e ultrapassados perigosamente. Continuamos vendo o acirramento da violência e o afrouxamento da segurança. Pessoas se matam com hora e local marcado eletronicamente. O roubo e o assassinato estão banalizados, todos pensam em si próprios e só. O esporte milionário é aquele em que os combatentes revivem os gladiadores de outras eras, os programas que dão audiência são aqueles que expõem as feridas de um povo que elege seus governantes, vivemos nossa irracionalidade. Somos incapazes de estender nossas mãos ou nossos braços em direção àqueles que precisam de ajuda ou Àquele que pode nos ajudar. Caminhamos para trás.

As palavras que surgiram ao redigir este texto não foram obradas na mente, mas provavelmente no coração. Sempre é necessário nos incomodarmos para que tenhamos ações de mudança. Às vezes nos sentimos sem forças, ou sem motivo para lutarmos, mas é aí que nos move um sentimento que temos enraizado e que vem de nossas origens mais remotas, é possível viver melhor, é possível amarmos uns aos outros.

Mudemo-nos. Mudem aqueles que são responsáveis pelo “para que olhamos” mudem as paisagens para onde apontam as lentes e as vozes das câmeras e microfones.

Geraldo Cerqueira