Inquietações Humanas

Eu não entendo
As razões e o por que de tantas coisas.
Por que das dores ,das tristezas, dos sofrimentos? Por que das desilusões que arrastam gerações inteiras de sonhos e as atira ao mar de lama e dor, pelo bel prazer de somente fazer sofrer.
O por que inquietantes noites faz calar tantas bocas, antes sorridentes e felizes, hoje, miseráveis meretrizes de pranto lúgubre e triste.
Eu não entendo por que se esconde o sorriso, antes amigo e doce e sublime , que tantas alegrias e risos soltos, juntos riram, eu não entendo.
Talvez sejam perguntas enigmáticas demais, explicitas demais para a compreensão pura e simples de uma mente ainda presa a tradições e costumes, onde cuidar e zelar pelo sorriso do outro fosse talvez mais importante que a própria vida.
Quem sabe tragam essas perguntas à tona coisas e medos escondidos, guardados, esquecidos em alguma parte de meu cérebro que, por precaução foi-se bloqueada , protegida por intransponível senha ilegível aos olhos e mentes humanas.
Por razões temporais os silêncios dominaram a razão que , adormecida e cética se lembrou de esquecer as dores que outrora sentiu.
Calou-se a voz que protuberante se agitava como um feto , vivo temendo a própria morte por medo, simples medo de calar a alma, ferir o corpo já surrado e sofrido e doído por tantos amores desfeitos. Diligente , a mente tratou-se de proteger a alma frágil e vulnerável do poeta que ri, que chora, que se entrega às paixões desesperadas e lascivas promessas e juras que se quebram; perdem-se no mar das incertezas e dos medos.
Quem deras tu , medonho medo vomitasse tuas infâmias desmedidas , tuas desordens e confessasse não mentiras maquiadas de podres e falsas verdades mas tua face fosse vista , arremessada sobre as pedras duras e frias, desumanas orlas a que transformaste a minha vida.
Quão ousadia fosse a minha desejar-te chamar vida, a miserável existência deste corpo tão sem cor, tão sem brilho, tão sem nada. Prefiro o escuro da alma desnudada e sangrando que vestes celestiais do santuário defraudado.
Antes a morte acalentadora , o silencio absoluto que gritos e urros e sorrisos falsos de palavras apodrecidas. A voz arrancada peito à fora doeria menos, a morte doeria menos que o vazio da alma que não compreende a ignorância gratuita , o descaso, o desamor voluntário.
O fim seria apenas um começo , o início do nada que se fez absoluto.
JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 13/12/2013
Reeditado em 13/12/2013
Código do texto: T4609926
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