LINDA
Eclesiastes 3 afirma e as manifestações humanas comprovam que há tempo para tudo. Ressalte-se: especialmente para estudar. Ontem à noite, alguém, reafirmando minhas convicções, deu-me amadurecida e inconteste prova disso.
Os organizadores denominaram formatura a solenidade de conclusão do curso básico dos alunos do Centro de Ensino nº 2 de Ceilândia. De fato, a formalidade estava próxima ou talvez superior a uma graduação. Oito turmas em ritmo, euforia, beca e tudo mais, promoveram aquele barulho de apitos, gritos e palmas. Juramento, discurso da oradora, homenagens, entrega dos “canudos”, fotos, tudo mesmo a rigor de uma formatura. O local, não menos solene: um belo templo evangélico. O que devia ter começado às 20h iniciou-se às 21. Àquela espera somou-se o meu desgaste ao longo do percurso do Plano Piloto a Ceilândia. Com chuva, quase duas horas, o que levaria 45 minutos em horário normal.
Mas tudo valeu a pena. Cansativo, mas divertido; barulhento, mas emocionante. Estávamos ali eu, mamãe e meu pai, igualmente orgulhosos, juntos aos familiares de Lindaura. Linda, como sempre a chamei. Ela era uma a destacar-se entre os jovens colegas “formandos”. Sim, Lindaura, a nossa “Linda”, no vigor dos seus 65 anos, estava a realizar um sonho: concluir o curso básico. Ela e o marido Adilson, ambos na mesma turma. Felizes, emocionados e emocionando filhos (Todos formados) e netos. Abracei-a com carinho. Lindaura trabalhou muitos anos na casa dos meus pais. Viu-me nascer, crescer. Dava-me banho e punha-me para dormir quando eu era pequeno. Linda ficou surpresa ao ver-me. – “Menino, você veio?!” E eu disse a ela animado: agora, faça uma faculdade. Senti o quanto ela estava feliz por tudo. Pensei na quantidade de pessoas, com a mesma idade de Linda, atualmente fazendo curso superior.
De volta para casa, muitas cenas fizeram-me rever o filme da minha vida. Um filme com o roteiro do Eclesiastes: há tempo para tudo.
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Eclesiastes 3 afirma e as manifestações humanas comprovam que há tempo para tudo. Ressalte-se: especialmente para estudar. Ontem à noite, alguém, reafirmando minhas convicções, deu-me amadurecida e inconteste prova disso.
Os organizadores denominaram formatura a solenidade de conclusão do curso básico dos alunos do Centro de Ensino nº 2 de Ceilândia. De fato, a formalidade estava próxima ou talvez superior a uma graduação. Oito turmas em ritmo, euforia, beca e tudo mais, promoveram aquele barulho de apitos, gritos e palmas. Juramento, discurso da oradora, homenagens, entrega dos “canudos”, fotos, tudo mesmo a rigor de uma formatura. O local, não menos solene: um belo templo evangélico. O que devia ter começado às 20h iniciou-se às 21. Àquela espera somou-se o meu desgaste ao longo do percurso do Plano Piloto a Ceilândia. Com chuva, quase duas horas, o que levaria 45 minutos em horário normal.
Mas tudo valeu a pena. Cansativo, mas divertido; barulhento, mas emocionante. Estávamos ali eu, mamãe e meu pai, igualmente orgulhosos, juntos aos familiares de Lindaura. Linda, como sempre a chamei. Ela era uma a destacar-se entre os jovens colegas “formandos”. Sim, Lindaura, a nossa “Linda”, no vigor dos seus 65 anos, estava a realizar um sonho: concluir o curso básico. Ela e o marido Adilson, ambos na mesma turma. Felizes, emocionados e emocionando filhos (Todos formados) e netos. Abracei-a com carinho. Lindaura trabalhou muitos anos na casa dos meus pais. Viu-me nascer, crescer. Dava-me banho e punha-me para dormir quando eu era pequeno. Linda ficou surpresa ao ver-me. – “Menino, você veio?!” E eu disse a ela animado: agora, faça uma faculdade. Senti o quanto ela estava feliz por tudo. Pensei na quantidade de pessoas, com a mesma idade de Linda, atualmente fazendo curso superior.
De volta para casa, muitas cenas fizeram-me rever o filme da minha vida. Um filme com o roteiro do Eclesiastes: há tempo para tudo.
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