LAJEDINHOS
Galera dessa Faces & Bocas, tem dias em que parece que a gente engoliu um piano daqueles de conservatório, com banqueta e tudo o mais.
Logo cedo, vão chegando as informações sobre o infortúnio alheio, e de repente nos derramamos em dós sustenidos, tentando, desesperadamente, segurar a emoção. Impraticável isso - ficamos sensíveis ao toque, e por conseguinte, um falsete acaba por ser revelado: dentro do oco desse peito, além de sons graves, da tísica, além do rum, do conhaque enrustido, reverbera "o canto triste do Benin".
Vamos, durante todo o resto do dia, chupando toda a orquestra, expectorando esse edema coletivo, a desgraça malsã de ribeirinhos do Lajedinho.
Chega a noite, com seus característicos meios da noite, insônia, sensação de impotência, colchão, mantimentos, água potável; qualquer canto de sabiá serve para compensar o estado de mudez das coisas que vão, das coisas descoisadas que vão, das coisas não coisadas que também vão e das não coisas que vão ao.
Porque tudo agora é vão!