DE ONDE SAÍRAM?

Prof. Antônio de Oliveira

antonioliveira2011@live.com

Desde o final do primeiro semestre, manifestações em praça pública tornaram-se comuns. Urgente, urgentíssima a necessidade de ouvir as vozes que vêm da rua. Vozes há muito engasgadas, emudecidas, sabe-se lá por que meios e com que mecanismos. Muito embora estejamos vivendo, se não em pleno, em razoável estado de direito. Aliás, em geral não se tem negado o direito democrático de protestar.

Entretanto, os noticiários fazem questão de qualificar essa ou aquela manifestação como pacífica ou até então pacífica. Pois, de outras, relata-se que terminaram em pancadaria, confronto com a polícia, quebra-quebra, danos e prejuízos ao patrimônio público e privado. Manifestantes encapuzados portando inclusive coquetéis molotov, cujo nome lembra o soviético Molotov. Uma espécie de bomba incendiária rudimentar, de fabricação artesanal, que consiste numa garrafa contendo líquido inflamável e um pano ou pavio nele embebido. Bandos inconsequentes, dispostos a tudo.

E é aí que me faço a pergunta: de onde saem esses baderneiros? Que recado eles querem dar? Por que não respeitam os limites da lei? Por que gritam: fora este ou aquele político? Por que só agora emerge essa classe de arruaceiros que se aproveitam justamente de protestos justos e por justiça, e por melhoria praticamente em todos os setores? Onde estavam eles? Também estavam reprimidos? Será que não mostram a própria cara porque o Brasil também não mostra a sua cara desde antes de Cazuza?

Com relação à origem dos manifestantes ordeiros se tem dito que provêm da classe média, acentuadamente jovens e estudantes. Mas, como pensar em rebelião dos idosos aposentados e dos pobres sem a figura de um Robin Hood? Quanto aos politicamente fora da lei, urge pensar nas causas, mais que nos efeitos, urge repensar certas práticas de governo. Se esses manifestantes estão fora da lei, muitos de nossos políticos agem indecorosamente dentro da lei que eles mesmos fazem. E aí?...