Além das Fronteiras

Era uma dor muito grande lembrar de toda uma vida que passei ao lado de Gustavo principalmente como fomos separados um do outro eu não tinha razão para viver mais passei quinze anos da minha vida me achando excluída de uma família quando o conheci e quando me casei com ele passei mais quinze anos tentando formar a minha família para que jamais meus filhos fossem tratados como fui.

Mais nestes ultimos dias desde a minha ida ao conselho a dor não estava tão grande assim conseguia me lembrar até de coisas que eu achei que ja tinha esquecido de uma vez como o relacionamento com meus parentes vamos dizer assim pois pra mim não passavam mais do que estranhos era uma loucura total descobrir sobre os imortais e mais loucura ainda era acreditar que contos de fada poderiam ser reais e perigosos principalmente aqueles que diziam felizes para sempre por que nos contos normais eram assim mais na verdade felizes para sempre estava cada dia descobrindo que não existia.....

Nunca vou me esquecer o olhar fulminante de meu pai pra mim quando me viu em pé na porta do escritório do dirigente servindo o café para o missíonario pensei que ia cair dura ali mais sabia que na verdade as consequências viriam mais tarde em casa.

Normalmente quando meus irmãos faziam alguma coisa que meu pai e minha mãe reprovavam eles levavam uma bronca mas quando era eu o negócio era diferente minha mãe nunca chegou a me bater mais meu pai sim então ficava alguns dias sem aparecer na igreja e lá vinha a irmã Augustina em casa e como a maioria das vezes minha mãe ficava junto ela so me olhava com aquele ar que sabia o que tinha acontecido que não precisava falar quando minha mãe se ausentava para pegar um suco um café que a irmã pedia me atirava em seus braços e chorava sem parar ela só passava a mão em minha cabeça e repetia o de sempre que minha benção ia chegar será que realmente chegaria me perguntava muitas vezes olhando o céu estrelado e imaginando se um dia poderia dizer o abençoado dito final dos contos de fadas.

As vezes me olhava no espelho e me considerava desajeitada e feia nem magra nem muito gorda cabelos pretos compridos exigência de meu pai que eu entendia quando ele me pegava pelos cabelos para me jogar em algum canto para me por de castigo ou me jogar em cima de alguma coisa como odiava meu cabelo meus olhos eu gostava da cor não era preto mais tambem não era castanho mais eram da cor de um mel quase translucido que chegava as vezes ficar verdes bem claros não era alta mais também não chegava a ser de baixa estatura eu me achava comum mais sem graça.

Mais naquele dia que Gustavo me olhou e falou comigo era como se andasse nas nuvens poderia até levar uma surra de meu pai que não me importaria.

Hellen Grayson
Enviado por Hellen Grayson em 09/12/2013
Reeditado em 09/12/2013
Código do texto: T4605469
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