SEMPRE ACONTECE EM DEZEMBRO.
 
Todo ano, neste mês, a situação se repete. Logo em seus primeiros dias, eu sinto no ar um friozinho que começa a me irritar, a me deixar insegura, bem frágil. Os dias são mais longos, mas eles não têm suficientes horas para me ajudar. As noites que me confortam e me alegram são mais curtas. Fico pensativa, esquisita, refugiada em mim mesma. Perco a vontade de rir, mal consigo sorrir. Chego a deixar a tristeza se apoderar de mim. Penso, reflito, faço uma análise geral e concluo que poucas coisas boas eu fiz durante o ano que está por se findar. Deixei de começar, ou melhor, de pelo menos tentar fazer coisas diferentes, muitas das quais havia imaginado no dezembro anterior. Confesso que eu havia prometido executá-las neste ano, porém nada fiz, ou pouco consegui. Eu me pergunto:- Por que tudo isso acontece? – Foi falta de empenho? Escuto outras pessoas dizerem que com elas se dá de modo parecido. Volto a me questionar:- Será que nós não temos palavra?Concluo que não conseguimos cumprir com o que prometemos a nós mesmas. E assim se passam os dias deste tenebroso mês. Num último esforço, rogo à tristeza que se evapore e deixe que ela, a esperança, tome conta de seu lugar. Sinto vontade de me apenar com mais um ano de tentativas. E que estas redundem em bons resultados.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 09/12/2013
Reeditado em 31/10/2016
Código do texto: T4604772
Classificação de conteúdo: seguro