A ANGÚSTIA HUMANA.
A angústia é inevitável, ela surge um dia. É filha da dor que está ligada ao homem de forma inseparável sob variadas óticas. A angústia flagrante está presente de forma sacralizada, mora ao lado da existência. Nas perdas, no adeus do amor, no sofrimento do gênero vida. Chora rios de lágrimas.
Há, contudo, a angústia não percebida que configura depressão.
O homem não se dá o direito de fazer uma pausa. Pausa que significa paz, absorvida como o ar, oxigênio que traz vida, e não nas férias, em resorts, spas, viagens, confortos, luxos, movimentação, festas.
Pausa é debruçar o tempo na janela da tranquilidade, parar e olhar sua própria dimensão e a unidade de todos.
O homem de hoje quer tudo e nada consegue, nada, pode até realizar o que pensa ser muito, mas é pouco. Por quê? Perdeu sua referência como ser humano. Esqueceu essa pausa necessária, que ausente, torna a qualidade de vida desnecessária.
Corre atrás da felicidade que não alcança. Sempre sua vida lhe é insatisfatória. A insatisfação é a satisfação perseguida. Estranho. Precisa de algo mais sempre e não consegue. Isso também é angústia. A vida está órfã da pausa, enfim da paz, hoje um valor desconhecido.
Perdeu-se até a tão falada “mobilidade urbana” tornada imobilidade, com invasão de todos os espaços por veículos e gentes em louca correria, SEM PAUSA. Somos reféns de nós mesmos. O homem deu um nó em sua própria liberdade. O falado “direito de ir e vir” está imobilizado, como uma nova modalidade, não mais ideológico o princípio.
A natureza demonstra uma revolta com essa corrida, cíclica em seus fenômenos, desconhecidos suas reais dimensões nos tempos, quando os continentes fracionaram-se. Está em curso ainda que em ciclos a mudança como sempre ocorreu e a ciência percebe, não integralmente.
A angústia está presente no temor de nossas fragilidades, mas também no movimento mecânico que se esqueceu da pausa, da paz, de maneira tão intensa que no chão onde nasceu o homem que pediu e morreu pela paz, Jesus, nunca houve paz. E cada vez mais fica certo que não haverá. Seria um sinal? Caminhamos contra a pausa, enfrentando a paz, morrendo pensando viver.