AVENIDA PAULISTA - 122 ANOS

Li hoje um artigo muito interessante sobre a Avenida Paulista, escrito por Branca Nunes, certamente para comemorar os 122 anos da principal artéria da cidade de São Paulo, projetada pelo engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima e inaugurada em 8 de dezembro de 1891. Inspirada nesse artigo e em informações retiradas do Google, mais outras de ouvir falar, comemoro eu também.

Com cerca de três quilômetros de extensão, na região que até então servia para passagem de boiadas, a avenida tinha três faixas: uma para os bondes, a central para carruagens e a outra para cavaleiros, todas ladeadas de magnólias e plátanos. Seu piso era de pedregulhos brancos. A linha do bonde foi inaugurada na mesma ocasião, mas o bonde elétrico só chegou mais tarde, em 1900. Neste mesmo ano inaugurava-se em Paris a primeira linha de metrô!

Inicialmente ali foram construídos belíssimos e imponentes palacetes para moradia das famílias mais ricas da época, incluindo os barões do café, importantes industriais e novos ricos, em geral de origem árabe e italiana, como os Matarazzo e os Lunardelli, por exemplo. Quase todos foram projetados por célebres arquitetos, como Ramos de Azevedo e Victor Dubugras. Em 1909 a avenida Paulista foi a primeira via pública de São Paulo a ser asfaltada.

Destinada desde seu nascimento a ser o local mais importante da cidade, durante as décadas de 20 e 30 ela foi palco de corridas de carro e corsos carnavalescos. Minha mãe contava que esses corsos eram muito bonitos e bastante concorridos. Os fordecos, alguns com a capota arriada, apinhados de alegres jovens enfeitados ou fantasiados rodavam lentamente de um extremo ao outro da avenida e de lá voltavam novamente. Sempre a se exibir e a mexer com os pedestres que das calçadas acompanhavam a festa de boca aberta.

Somente em meados de 1950 é que ela deixou de ser região estritamente residencial e por lá começaram a ser construídos edifícios verticais para uso comercial. Nem por isso perdeu sua importância, ao contrário. Permanece até os dias de hoje como o coração da cidade, abrigando mais de 46 agências bancárias, 31 bancas de jornal, 9 farmácias, 40 salas de cinema, dezenas de lojas, bares, restaurantes, livrarias e importantes espaços culturais, como o Masp, Itaú Cultural e Conjunto Nacional. Isso tudo além do Hospital Santa Catarina, Colégio São Luis, Parque Mário Covas, Parque Trianon e sedes de 20 consulados.

Não é à toa que atualmente os franceses se referem a ela como “os Champs Elysées de São Paulô”...

(*) Sugiro a leitura do texto de Branca Nunes: Essa Paulista com as caras do Brasil - no blog do Augusto Nunes.