Uma aroeira e Outra aventureira.

Uma cozinhando feijão,

quando Outra chegou apressada

com olhos acarminados

abraçou Uma azafamada

foi pegando um uísque

do marido de Uma no bar

dizendo num olhar fugidio

sinto te deixar tão triste

me doí ter lhe feito tanto mal,

Uma ababelada com as panelas

pondo a mesa refogando as berinjelas

ralando beterrabas e cenouras.

vou buscar meus filhos na escola

E a outra com perfume doce exalante.

com whisky forte no cérebro árdego.

e eis que acontece o repentino roupante,

Olhando Uma com sua servidão exaltante

viu no seu dedo anelar tão fino

a aliança grossa com pedrinha de diamante,

Outra lhe disse, pare, não se vê toda ralada , enfumaçada

nada em sua vida vai ser como antes ,

eu e seu marido nos tornamos amantes,

Uma olhou Outra com olhar natural e distante

colocando a sandália, tirando o avental

amarrando o cachorro na casinha do quintal

vou buscar meus filhos você que ir também?

Outra num distrato irritada fez desdém,

Tu és louca ou surda não ouviste o que eu disse?

Uma sorriu tranquila, dizendo, não se agite

meu marido e você pobre mulher aventureira

são meros estudantes da importância da junção

mas por sorte sou formada, já fiz pré graduação

sei que mulheres como tu não passa de distração

não sou qualquer arvore , sou uma destemida aroeira

defender minha família é minha real missão.

Outra ficou na esquina na perturbada decepção.

ilsa laviso
Enviado por ilsa laviso em 07/12/2013
Reeditado em 07/12/2013
Código do texto: T4602827
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