Meu tio Brasílio

Morávamos no Bairro da Moóca em São Paulo.

Meus pais, meu Tio João (irmão de minha mãe), meu Tio Brasílio (irmão do meu pai), um carioca chamado Edgar e eu... o dodói de todos.(tinha oito anos de idade).

Era o ano de 1950 e ninguém tinha carro, então meu Tio Brasílio comprou uma bicicleta. Era uma Flandria (bicicleta inglesa) com cambio e pneus faixa branca, era linda demais.

A Flandria costumava ficar em seu tripé, dentro do banheiro, que tinha uma porta e saia para uma área de serviço onde ficava o tanque e os varais para secar as roupas.

Todos trabalhavam, eu ficava só durante o dia, na parte da tarde eu ia a escola, Grupo Escolar Romão Puigari, na Rua da moóca.

Na volta da escola, o meu lado ciclístico, fez com que eu em minha imaginação fosse dar uma volta de bicicleta. Subi na magrela em cima do tripé e comecei a pedalar, a roda começou a girar e eu em minha imaginação a andar de bicicleta, cada vez mais rápido, comecei a apostar corrida comigo mesmo em meu pensamento, ate que a velocidade da roda era tanta que o tripé não aguentou e eu sai correndo de verdade em direção ao tanque na área de serviço, bati com tudo no tanque e cai de cabeça dentro dele, com um corte enorme na cabeça, sangue por todos os lados e a roda dianteira da bicicleta em forma de oito, eu escutei minha mãe falando atras de mim. Primeiro você vai apanhar e depois vou fazer uma curativo em sua cabeça, e assim foi, primeiro eu apanhei (fato normal pois eu era muito arteiro e meio endiabrado, palavras de minha mãe).

Logo em seguida a isso, chegou o dono da bicicleta que quando viu o estado da infeliz, chamou minha mãe e disse: Não me vá bater no menino por causa disso. Tarde demais, pois o fato já tinha se consumado.

Nunca mais andei de bicicleta em cima do tripé, isso é nocivo a saúde, principalmente a saúde das nádegas.

Arialdooliveira
Enviado por Arialdooliveira em 07/12/2013
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