OS QUEIJOS DA CANASTRA

No “Globo Repórter” de ontem passou uma matéria interessante sobre um pequeno fazendeiro de São Roque de Minas, belo lugarejo na Serra da Canastra, terra da nossa prestigiada colega “Maria Mineira”. O nome dele é “Seu” Zé Mario, dono duma propriedade onde cria algumas cabeças de gado leiteiro.

Com a simplicidade típica do bom mineiro, econômico nos gestos e na fala, o sitiante mostrou à repórter global a sua fazendinha bem cuidada, o gado no pasto, os bichos miúdos no quintal enorme, galinhas, patos, passarinhos, as instalações onde ele e sua mulher produzem o queijo artesanal que já foi duas vezes premiado, o entorno da propriedade e o modo de vida simples que levam.

Mostrou a casa, seus compartimentos, o velho e bom fogão à lenha na grande cozinha, serviu um café, bolo e pedaços do seu famoso queijo e deixou claro o estilo de vida que optou com a mulher, uma simplicidade compactuada sem maiores ambições.

“Seu” Zé Mario nunca foi ao médico, jamais tomou qualquer remédio, nem dor de dente ele experimentou até hoje, sua refeição é frugal, come muita fruta e verduras e, à tardinha, sempre toma uma cachacinha pura, especial, fabricada por lá mesmo e saboreia uns pedaços do seu queijo. Ele frisou à repórter que bastava um único gole da pinga, pois nunca se deve exagerar.

Numa pequena garagem ao lado da casa, ele mostrou um velho “Fuscão” azul, ano de 1968, se não me engano, que o leva a qualquer lugar das redondezas, quando absolutamente necessário, pois não gosta de sair do seu canto.

Uma delícia de reportagem, que me remeteu logo à nossa colega “Maria Mineira” e aos seus “causos”, inspirando-me a escrever esta pequena crônica, a qual dedico à professora “Mariinha” e a todos os conterrâneos desse pedaço de paraíso encravado lá na Serra da Canastra.

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B.Hte., 07/12/13