Não estou sobrio
NÃO ESTOU SÓBRIO
Quero escrever um texto sem a sobriedade, mas não tanto a ponto de divulgá-lo, por isso neste momento prefiro só editá-lo no rascunho.
Falar o quê? Quais os limites que a sobriedade impõe? Que eu possa ultrapassá-los agora. Sinto que a digitação está difícil, o sub- alinhamento de correção do word em vermelho a toda hora aparece indicando que houve um erro na digitação. Tenho a consciência de voltar e corrigir, mas o índice alcoólico não atingiu o limite que eu queria, tenho ainda muita consciência.
Seria possível digitar completamente bêbado? Acho que sim, alguns tentam e dirigem assim, colocando a vida de muitos em risco. Aqui eu apenas coloco em risco a minha privacidade. Mas nem tanto, o uísque não foi suficiente para soltar todos os demônios que acampam a minha mente obscura.
É bom às vezes atingir este limite, ou ultrapassá-lo. A vida não tem mesmo sentido. Fazemos escolhas no início de nossa vida que nos direcionam por toda ela. Se quisermos dar outro rumo, é complicado.
Chegar aos 60 e constatar que mais ou menos 3/4 dela se foi e agora resta a pior parte é triste. Tenho um irmão que foi aos 63, mas tenho outros 3 que estão no time dos velhinhos animados, acima dos 70.
Os meios de comunicação tentam nos enganar dizendo que está é "a melhor idade". Me engana que eu gosto.
Filhos criados, árvores plantadas e livros escritos, posso partir. Isto não é verdade, ainda tem que se conhecer a Foz de Iguassú do lado brasileiro. (O sub - alinhamento me informou que "iguaçu" se escreve com c cedilha e não com dois "s".) Coisa que fiz aos 60 anos menos um dia. Cuidado com isso, fui lá um dia antes de completar 60 anos, tentei enganar a bilheteira dizendo que era idoso para pagar apenas 7 reais, contra 28 reais para os jovens, não consegui , a bilheteira detectou a fraude e me falou, "você só tem direito a partir de amanhã".
Mas valeu a pena, é a coisa mais linda de toda Natureza, filmei com a minha Sony, que é pequena e não capta as emoções.
Já posso partir para a vida eterna conheci a coisa mais esplêndida da criação. Vou terminando por aqui e publicá-la, pois sinto que a sobriedade está voltando e com ela a autocensura.
Um beijo.