VAMPIRO DA INTERNET.

Vive da energia dos outros, suga a veia do que existe por não existir, faz da discórdia seu alimento, da imaginação bota o apanágio da presença entre a recepção e a maldição. Inventa suas tolices na calada da noite, e por vezes engana o desaparelhado, não suporta o convívio

social, abre a liça com arestas ásperas, quer a arena dos escondidos, prefere a escuridão e a solidão, as sombras noturnas, lúgubres, somadas para mais esconder não se sabe o quê, somente os vampiros sabem.

Só suas mentes conhecem esses escaninhos e o árido caminho, abrandados com alguma química que mais os retire da realidade. É

preciso fugir de si mesmo. Não se aceitam como vampiros.

A internet tornou próximo o mundo desconhecido, mas não

salvou-os, continuam vampiros. Não aceitam as regras em geral, querem estar sobrepairando ao corriqueiro e acima das normas, e não descem desse patamar longínquo da falta de discernimento. A verdade lhes pertence. São os arquitetos adredemente preparados para incomodar. São o próprio incômodo. Seus adjetivos são negativados e negativam.

A vaidade de nada para oferecer não permite que haja consciência real do que são, um engodo que as vezes seduz, pregam o que não assumem, dizem amar e são desamor. Desconhecem regras, principalmente de convívio, chave que abre as portas do humanismo que desconhecem.

Sem verem o sol de forma ampla, fechados em seus interiores, pardacentos, cinzentos, têm necessidade desse alarde de suas presenças. Para quê?

Busque-se a resposta sinuosa de ser encontrada, mas fácil de identificar. Vive e corre em suas veias a imposição de semear a discórdia, a semente que ignora a leveza da consciência limpa.É preciso distância de tudo. Distância da civilização impõe-se, o medo da não aceitação é forte, esta a razão maior, e o temor da realidade ser descoberta.

De seus castelos enegrecidos onde crianças recusam entrar, apavorantes e apavorando, nada além de seu pequenino mundo enxergam, vivência estreita, destinada a serem antropófagos de suas verdades por serem vampiros.

Conhecidos, ninguém deles se aproximaria, vivem só para eles mesmos, por isso muitos se afastam.

Transformam-se através de várias personagens, COMO VAMPIROS, sob o pálio da imaginação que objetiva serem aceitos como são, mas o que são tem destino de nunca se expandir. Por vezes respiram um pouco, mesmo no isolamento, mas são o pregão da inverdade, a máxima do que nunca ocorreu, a infantilidade dos que não amadureceram.

Felizmente não são perigosos, suas fragilidades não permitem que façam mal a ninguém. São questiúnculas isoladas, segregadas e segredadas, pregando desunião. Ninguém os vê. Podem ser tudo, enganar a própria mentira que também deles foge, pois nem mesmo sabem contá-la.

E vivem a triste vida das sombras, mas não fazem mal a ninguém, só a si mesmos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 06/12/2013
Reeditado em 06/12/2013
Código do texto: T4601332
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