PARDAL (Passer domesticus) – L 1758

Se alguém me contasse eu não acreditaria, mas como vi, posso passar adiante porque, como dizem os negociantes paraguaios de Ciudad del Leste, “La garantia soy yo”!

Um passarinho entrou na rede de esgoto pela grade de ferro da sarjeta e, em menos de um minuto, saiu com uma barata (Periplaneta americana) no bico, por um buraco circular na calçada, onde possivelmente houve um cano, deteriorado pelo uso ou retirado pelo dono da casa, a fim de desobstruir a entrada da garagem.

A barata forte como é, debatendo-se, conseguiu se soltar e correu para a sarjeta.

O passarinho saltou sobre ela e, com bicoradas vigorosas, decapitou-a e voou para o telhado mais próximo a fim de saborear o gordo petisco, fora do alcance dos transeuntes humanos e longe dos barulhentos veículos.

Outro pardal (a fêmea) se aproximou e o caçador voou para longe, talvez para alimentar os filhotes, enquanto a companheira se banqueteava com as sobras.

Uma das atividades mais fascinantes da Biologia é a observação comportamental dos outros seres.

Empoleirado em meu observatório, na varanda do primeiro andar, acompanhei a caçada subterrânea que se repetiu mais duas vezes e se repetirá até que, um rato (Rattus norvegicus) habitante do esgoto, transforme o caçador alado numa deliciosa refeição.

E, para constar, registrei o fato em minha caderneta de campo com as condições ambientais do ocorrido:

data: 04.12.2013;

dia: quarta-feira;

hora: 16:30h (horário brasileiro de verão);

visibilidade: boa;

temperatura: 32ºC;

umidade relativa do ar: UR 38%;

altitude: 755m;

vento: NNW 13km/h;

coordenadas geográficas: 23º, 39’,50”S/ 46º, 32’,18”W

OBS:

Os nomes científicos devem ser grafados em itálico, mas como sou analfabyte, não consigo fazer isso aqui no RL.