É preciso saber viver
Às vezes me pego pensando nas coisas da vida. Nos sentimentos deixados para trás, nas pessoas que ficaram no passado, nas fotografias que perderam o sentido, na chuva que cai lá fora, enquanto lágrimas são derramadas nos devaneios no meio da noite. De certa forma é como se eu pudesse flutuar, feito um anjo ou algo macabro ansiando por liberdade. Liberdade ao pensar, ao agir, ao amar. As noites frias servem de reflexão e os dias quentes, para que servem? O calor desgasta o corpo que está cansado de buscar por amores imortais, pessoas especiais e quem sabe um guarda roupa que o leve para Nárnia ou um menino que saiba voar, e o leve para a Terra do Nunca. As coisas vêm perdendo o sentido, as palavras perdem a voz, não há quem saiba interpretar com clareza todos os sentimentos, o sol de outrora era mais bonito que o sol que hoje se põe. O céu de quem ama é mais azul de quem vive na solidão. Novamente eu digo que não há quem saiba interpretar com clareza todos os sentimentos existentes, ou inexistentes. Então, qual seria o segredo da vida? Qual seria a razão por estarmos onde estamos, de amar o que amamos e chorar pelo o que choramos? Não há razão, não há segredos, viver já é o suficiente.