Aren't fireworks, are bombs.

Segunda-feira, começo de outubro, 19h12min. Considerando que a temperatura aqui é sempre em torno dos trinta graus Celsius, posso dizer que hoje, aos dezoito graus, está quase frio. Ou será que é a solidão que está fazendo isto comigo? Sei lá. Ultimamente, estou me sentindo como Sócrates: "só sei que nada sei".

Estou no laboratório de informática do curso. O professor ainda não chegou e eu, como sempre, não tenho dupla. A tela do editor de textos está em branco, mas isso não significa nada. Há tantos sentimentos se rebelando dentro de mim, tantas coisas que eu gostaria de dizer, mas não sei como transformar milhares de coisas em palavras. Pois é, é algo difícil de ser compreendido quando se trata de uma pessoa como eu, uma pessoa que vive escrevendo poemas e sempre tem uma palavra a dizer, mas é a mais pura verdade.

Acontece que tudo fica diferente quando o assunto é você. Apesar de ser um poço de timidez, tenho a maior facilidade em expor meus sentimentos. Sou do tipo que, quando se identifica com alguém, fala até não poder mais e encontra assunto onde não tem. Por que contigo é diferente? Não consigo agir naturalmente. Para falar a verdade, eu fico totalmente sem ação. Transformo-me numa estátua ou em qualquer coisa muda, imóvel, apática...

Já tentei mil vezes inverter a situação e adivinhe no que deu: mil tentativas sem sucesso. Pedi conselho ao meu melhor amigo e ele me disse para tentar esquecer tudo isto, tentar te tirar da minha cabeça. Resolvi escutá-lo pela primeira vez na vida e... não funcionou. Tudo, absolutamente tudo, me faz lembrar você: as estrelas, o breu da noite me faz pensar nos teus olhos escuros, o sol, o vento, música, poesia, doçura, aromas, texturas e até aquele livro que a minha amiga me emprestou. Não sei se você já o leu, mas, graças ao teu belo hábito de estar sempre lendo algo diferente, qualquer livro me faz pensar em ti.

Bom, tudo isto que escrevi até agora não define nem metade do que está acontecendo. Nem um terço. Nem um quarto, nem um quinto, nem um décimo, nem um centésimo, nem um milésimo. Tudo bem, acho que estou exagerando um pouco, mas isto é só para mostrar a intensidade da bomba atômica que a qualquer momento vai explodir dentro de mim.

Posso te pedir um favor? Não esteja por perto quando isto acontecer.

Conheça o meu projeto de livro: fb.com/oamorusamascaras

Lillian Cruz
Enviado por Lillian Cruz em 06/12/2013
Reeditado em 06/12/2013
Código do texto: T4600720
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