Gestão do Sentimento.
Por Carlos Sena (Da coleção “Textículos”)


 
O que dói em grande parte dos seres humanos é a sua pretensiosa certeza acerca de coisas que ele nem sempre conhece. Gerenciar pessoas é um pouco disso senão muito, por conta de que muitos são os que se metem a fazer GESTÃO DO TRABALHO apenas porque lhe disseram que isso seria. Explico: gestão de pessoas, grosso modo, é gestão de sentimento. Não o sentimento piegas, volúvel muito comum em boa parte das relações afetivas. A dor à  qual me refiro é aquela que os “gestores” que se definem de “Pessoas” provocam com as suas equivocadas interpretações cartoriais e legalistas. O cartório é importante, o cartorialismo não. A lei é importante, o legalismo não. Nesse diapasão, as práticas verbais caem por terra diante da realidade que não respeita os discursos dos plantonistas de cargos públicos. Assim, de posse do cargo, pensam que são o que disseram que eles teriam que ser na função gerencial cujo maior objetivo é o bem estar das pessoas no exercício das suas funções laborais. Nesse rol de equívocos submetem pessoas aos papéis da burocracia: criam fluxos inexistentes e desnecessários e abusam do poder e do domínio das planilhas como se elas fossem a salvação do mundo do trabalho e como se por traz disso não existissem os sentimentos da pessoas. O bom uso da tecnologia é fundamental, mas não se pode fazer mau uso do humano em detrimento do bom uso da tecnologia. Afinal, a tecnologia é invenção humana, mas o humano não é invenção de ninguém, talvez de Deus pra quem nele acredite.
Gerenciar pessoas sem o sentimento delas é inócuo e, não raro, isso termina por consentir iatrogenias irreparáveis aos funcionários ou empregados. Assédio Moral tem sido bem uma resultante desses processos espúrios de gestores “figurinhas Carimbadas”, ou seja, pra qualquer cargo que se lhe impuser, ele vai e acredita que é o tal. Esquecem-se, quase sempre, que os trabalhadores são quem “botam a mão na massa”, embora a massa nem sempre dê “liga” provocando ao trabalho o efeito “bolo” nem sempre fofo e saboroso, mas solado meio “bate e entope”, porque as pessoas, não sendo vistas nos seus sentimentos não se sentem parte. Não sendo parte, partem-se. Algumas, literalmente vão embora porque não suportam a pressão gerencial patrocinada por improvisadores...