Se abrirem
Sentei num banco de madeira da praça,
Olhei o tempo, tomando um copo de café expresso
Não há nada pra se fazer nesse inicio de tarde,
Há não ser olhar pro céu nessa manhã
Doeu perceber seus instintos saindo de mim,
Como se todo aquele amor fosse em vão
Que não tivesse mais sorte, mais perdão
Foi um ato de desespero meu não soltar seu braço,
Quando a música tocou seus olhos plidaram
Foi a primeira vez que vi seus olhos lacrimarem
Por alguém que estava tão próximo,
E ao mesmo tempo tão distante de você
Foram vergonhas entre dores de amores e cotovelos
Foram tantos atos impensados,
Que por mais que se pense e se ache sua resposta
Não iria se formar outro igual ao de antes
Me vi sem um meio de sair
Tudo parecia infundado, improvável
Como um mar sem água, um sol sem raios
Mas foi o que houve quando fiquei imaginando você ao meu lado,
Me dizendo o que tapei os ouvidos pra escutar
Me mostrando que nada iria ser novamente
O que tinha pra ser de em melhor
Em um dia do qual parecia ser não acabar tão cedo,
Mas acabou e os caos estão nos ferindo os pés e mãos
Não dá pra adiantar suas feridas
Sendo que o que nos resta e curar os buracos que sobraram
Pra nunca mais voltarem e se abrirem.