Niemeyrizar o mundo
O que é um homem senão um conjunto de provocações que está disposto a viver. Neste momento, então, quando se depara com a humanidade, aquela presa dentro de si, estar aterrorizado por uma provocação é o que há de melhor neste curto espaço existencial chamado vida. Sentir-se um terrorista é simplesmente fazer a diferença. E o que pode provocar mais um homem do que a provocação inquieta de um desejo?
O sociedade nos molda, nos guarda, nos controla e não olhamos mais para a beleza com os olhos do desejo. Aquela sensação animal de suprir a necessidade existencial e fisiológica perde a subjetividade nas relações sociais para dar lugar aquela sensação humana da sociedade civilizada onde toda a necessidade é posta para se consumir a beleza diferente uniformizada das beldades gregas e dos prazeres romanos. Sim, o desejo é puro ostentação. Com isto, não conseguimos criar um novo padrão de beleza. Mas, estamos destruindo aos poucos a sensibilidade humana de enxergar o belo.
Detestar esta beleza uniforme de reta de ângulos e quadrados não é um princípio. Desafiá-la, sim. Enxergar a beleza das curvas num mundo arquitetonicamente padronizado talvez não nos faça Niemeyers. Mas, darmos vasão para a inquietação de um desejo provocado por uma beleza que se destoa em meio a padronização do belo é niemeyerizar o mundo.
Estas são provocações postas aqueles que se negam a perder a sensibilidade...