As prostitutas
do Luz Vermelha
É proibido fotografá-las. Compra uma briga feia com seus seguranças aquele que ousar disparar sua câmera fotográfica procurando surpreendê-las em trajes menores, nas largas janelinhas de suas alcovas, umas mais, outras menos, iluminadas.
Nessas janelinhas elas se expõem e, descontraídas, mostram aos curiosos, homens e mulheres, o encanto de seus corpos seminus e em posições sensuais... Gesticulam, mas com discrição. O bastante, porém, para deixar os homens que por lá perambulam, com água na boca.
Podemos admirá-las, mas com o devido respeito e delas guardando relativa distância. Nada de chacotas; nada de gestos ousados ou ofensivos ao passar pelas ruelas estreitas onde essas meninas aparecem, no interior de seus pequenos quartos, às vezes só de calcinha e sutiã.
Por mais tentadoras, não cabe uma piadinha; um gracejo; ou uma cantadinha delicada, mas cheia de malícia. É "ver com os olhos, e comer com a testa." Ao primeiro sinal de um deboche ou enxerimento, elas imediatamente fecham as cortinas de suas janelinhas, e perde o freguês um belo espetáculo...
Para tê-las na cama - soube por informações fidedignas - muitos euros são precisos; e só por poucas horas! O preço pode oscilar para mais ou para menos a depender do "serviço" que o cliente desejar, me disse minha guia, percorrendo comigo o bairro da Luz Vermelha, o Red Ligth District.
Assim são as prostitutas do Bairro da Luz Vermelha oriundas de todas as partes do planeta. Todas são profissionais na expressão mais legítima da palavra. Exercem seu mister com seriedade e dignidade. São protegidas pelas leis holandesas e recolhem rigorosamente seus impostos ao Fisco. São aplaudidas e respeitadas.
Um parêntese para dizer que na minha "vida boêmia" conheci meretrizes do mais elevado nível moral. Profissionais corretas e dignas, mantinham diante das cafetinas uma postura de total independência.
Tornavam-se verdadeiros ícones nos lupanares que frequentava. Ganhavam o pão de cada dia vendendo carinhos, mas sem perderem a dignidade de uma mulher feita prostituta pelas mãos do destino. Fecho o parêntese.
Lendo as gazetas, uma notícia sobre a prostituição me chamou a atenção. Vou resumir. Deputados franceses estão debatendo um projeto de lei do governo do presidente François Hollande "que contempla penalizar os clientes da prostituição com multas de 1,5 mil euros e de até 3 mil euros em caso de reincidência." É, dizem, "a penalização de clientes de prostitutas."
O projeto recebeu, como era de se esperar, o aplauso das entidades femininas e a repulsa, claro, de artistas e intelectuais da valha e liberal França.
Os intelectuais manifestaram-se contrários "às mulheres que querem - diz o manifesto - penalizar o pênis." Catherine Deneuve e o canto Charles Aznavour estão entre os artistas que assinaram documento repudiando "a penalização das pessoas que se prostituem e daquelas que recorrem aos seus serviços..."
No Brasil, todos sabem, a atividade de prostituição não é ilegal. Não são punidas as prostitutas e nem os que recorrem aos seus serviços. Pune-se, isso sim, e como prisão, "o fomento à prostituição e a contratação de mulheres para atuarem como prostitutas."
O governo francês, ao invés de querer penalizar o cidadão que procura as meretrizes, deveria proteger essas moças que, como disse, um dia, forçadas ou voluntariamente, aderiram à prostituição; e não lhes retirar do leito os seus clientes.
Acompanhando o exemplo do governo holandês que dá total assistência às meninas do bairro da Luz Vermelha (não só a elas), que têm, inclusive, suas carteiras de trabalho, o que lhes possibilita usufruir os benefícios oferecidos pelo Estado.
Até uma estátua (veja a foto que colhi e aqui publico) em praça pública foi permitida, uma homenagem às meretrizes do famoso bairro boêmio da tolerante Amsterdam.
Portanto, em Amsterdam, além de Vicent Willem Van Gogh (1853-1890) e Rembrandt (1606-1669) tem as meninas do Luz Vermelha, uma imperdível atração. Não deixem de visitá-las.
NOTA - A foto. Estátua, em bronze, erguida no bairro da Luz Vermelha, em homenagem às prostitutas. Foto colhida pela minha Samsung, enquanto visitava as meninas.
do Luz Vermelha
É proibido fotografá-las. Compra uma briga feia com seus seguranças aquele que ousar disparar sua câmera fotográfica procurando surpreendê-las em trajes menores, nas largas janelinhas de suas alcovas, umas mais, outras menos, iluminadas.
Nessas janelinhas elas se expõem e, descontraídas, mostram aos curiosos, homens e mulheres, o encanto de seus corpos seminus e em posições sensuais... Gesticulam, mas com discrição. O bastante, porém, para deixar os homens que por lá perambulam, com água na boca.
Podemos admirá-las, mas com o devido respeito e delas guardando relativa distância. Nada de chacotas; nada de gestos ousados ou ofensivos ao passar pelas ruelas estreitas onde essas meninas aparecem, no interior de seus pequenos quartos, às vezes só de calcinha e sutiã.
Por mais tentadoras, não cabe uma piadinha; um gracejo; ou uma cantadinha delicada, mas cheia de malícia. É "ver com os olhos, e comer com a testa." Ao primeiro sinal de um deboche ou enxerimento, elas imediatamente fecham as cortinas de suas janelinhas, e perde o freguês um belo espetáculo...
Para tê-las na cama - soube por informações fidedignas - muitos euros são precisos; e só por poucas horas! O preço pode oscilar para mais ou para menos a depender do "serviço" que o cliente desejar, me disse minha guia, percorrendo comigo o bairro da Luz Vermelha, o Red Ligth District.
Assim são as prostitutas do Bairro da Luz Vermelha oriundas de todas as partes do planeta. Todas são profissionais na expressão mais legítima da palavra. Exercem seu mister com seriedade e dignidade. São protegidas pelas leis holandesas e recolhem rigorosamente seus impostos ao Fisco. São aplaudidas e respeitadas.
Um parêntese para dizer que na minha "vida boêmia" conheci meretrizes do mais elevado nível moral. Profissionais corretas e dignas, mantinham diante das cafetinas uma postura de total independência.
Tornavam-se verdadeiros ícones nos lupanares que frequentava. Ganhavam o pão de cada dia vendendo carinhos, mas sem perderem a dignidade de uma mulher feita prostituta pelas mãos do destino. Fecho o parêntese.
Lendo as gazetas, uma notícia sobre a prostituição me chamou a atenção. Vou resumir. Deputados franceses estão debatendo um projeto de lei do governo do presidente François Hollande "que contempla penalizar os clientes da prostituição com multas de 1,5 mil euros e de até 3 mil euros em caso de reincidência." É, dizem, "a penalização de clientes de prostitutas."
O projeto recebeu, como era de se esperar, o aplauso das entidades femininas e a repulsa, claro, de artistas e intelectuais da valha e liberal França.
Os intelectuais manifestaram-se contrários "às mulheres que querem - diz o manifesto - penalizar o pênis." Catherine Deneuve e o canto Charles Aznavour estão entre os artistas que assinaram documento repudiando "a penalização das pessoas que se prostituem e daquelas que recorrem aos seus serviços..."
No Brasil, todos sabem, a atividade de prostituição não é ilegal. Não são punidas as prostitutas e nem os que recorrem aos seus serviços. Pune-se, isso sim, e como prisão, "o fomento à prostituição e a contratação de mulheres para atuarem como prostitutas."
O governo francês, ao invés de querer penalizar o cidadão que procura as meretrizes, deveria proteger essas moças que, como disse, um dia, forçadas ou voluntariamente, aderiram à prostituição; e não lhes retirar do leito os seus clientes.
Acompanhando o exemplo do governo holandês que dá total assistência às meninas do bairro da Luz Vermelha (não só a elas), que têm, inclusive, suas carteiras de trabalho, o que lhes possibilita usufruir os benefícios oferecidos pelo Estado.
Até uma estátua (veja a foto que colhi e aqui publico) em praça pública foi permitida, uma homenagem às meretrizes do famoso bairro boêmio da tolerante Amsterdam.
Portanto, em Amsterdam, além de Vicent Willem Van Gogh (1853-1890) e Rembrandt (1606-1669) tem as meninas do Luz Vermelha, uma imperdível atração. Não deixem de visitá-las.
NOTA - A foto. Estátua, em bronze, erguida no bairro da Luz Vermelha, em homenagem às prostitutas. Foto colhida pela minha Samsung, enquanto visitava as meninas.