Uma constatação decepcionante
Após começar a usar o Facebook para divulgar campanhas e petições, constatei que muita gente curtia o que eu divulgava, mas que isto não trazia nenhum resultado prático. Há um certo tempo, envolvi-me com um grupo que se comprometeu a salvar os coelhos do Parque de Brasília. Ajudei com algum dinheiro e fiz divulgação, dando contas de banco e falando que qualquer pequena quantia seria relevante, porque ajudaria a salvar os coelhos de serem mortos. Depois, entrei em contato com o dono da conta. Ele disse que ninguém havia posto dinheiro. Fiquei decepcionada em ver como as pessoas não são capazes de fazer algo tão simples como depositar R$5,00 na conta de alguém.
Mas eu sou dessas pessoas que tentam agir contra as circunstâncias, arriscando-me a ser chamada de ingênua e a ouvir que não adianta fazer nada, que todas essas campanhas não levam a nenhum resultado.Talvez eu seja otimista demais ou, simplesmente, não queira que as circunstâncias me mudem. Esta semana, eu criei uma petição para que se ensinem primeiros socorros na escola. Criei esta petição porque, há alguns anos, um amigo meu morreu em consequência de uma crise de asma enquanto aguardava socorro. Após a morte dele, eu comecei a pensar que, se houvesse alguém que soubesse primeiros socorros, talvez ele houvesse sobrevivido. Então, usei o Facebook para divulgar o abaixo-assinado, dizendo que o criei pensando na morte do meu amigo. Compartilhei na linha de tempo de muita gente. Qual o resultado? Muita gente curtiu, mas ninguém assinou. Até agora, minha petição só tem três assinaturas ( a minha incluída). Ver que as pessoas, no geral, não agem para que as coisas sejam diferentes é uma constatação decepcionante. Fico me perguntando se não será muita ingenuidade da minha parte ficar usando a Internet para fazer ativismo.
Eu tenho contatado muitos sites de petição que criam abaixo-assinados em defesa dos animais, dos necessitados, das artes, dos direitos da mulher e, embora tenham me agradecido muito, mandando mil mensagens a meu e-mail dizendo que estou fazendo a diferença, penso que o que faço é pouco. Seria bom que cada um dedicasse uma pequena parte do seu tempo para fazer o bem, mas, infelizmente, parece que a grande maioria das pessoas só está interessada nos seus assuntos particulares. Isso é muito triste mesmo.