SONHEI COM PAPAI NOEL
O MENINO DESCEU DO MORRO.
Roupa rasgada, pés descalços, cabelo em desalinho. Um faz que não vê, segura a bolsa com pavor, atravessa a rua rápido. Quanto medo!... Mas a criança não percebeu porque ele não era um trombadinha. Olhando tudo encantado, deparou com um velhinho barba branca, com os olhos tranquilos. Ele para na vitrine. Há se o Senhor pudesse me dar só um presentinho, um bolinho, uma bola, eu ia ficar tão contente! Nesse pensamento sente mãos de ferro puxar o seu bracinho, fraquinho e mirrado pela fome que vive. Susto!! Era um policial. O joga na viatura, por que moço? Eu estava só olhando. Cala a boca pivete! Grita o homem de farda. Se chorar vai ser pior! Oh, meu Deus! Que fez esse anjo na tenra idade para receber só dissabor?
Não é de carne e osso como todos os outros? O que está faltando Brasil, é o amor ao próximo. O olhar de carinho, a ternura de nossa Mãe Santíssima. Como acabar com a mendicância? Como dar carinho aos reformatórios? As pessoas são de pedras, disfarçados de abrigos para maltrata-los e castiga-los. Os próprios pais biológicos não os amam. Porque? Ainda estão longe de ser feitos alma e coração. Só a matéria bruta, as sensações malévolas, os vícios, cobrem suas almas tão distantes da leveza, ternura, carícias e cuidados. São como robôs!
Os irracionais muitas vezes são melhores do que nós. Eles vivem no animismo. Nós por dentro, ocos como o cupim na madeira destruindo silenciosamente. Por fora perfeito, mas por dentro o que somos?
Só Jesus pode entender "Os pobres sempre os terão convosco." Acham que todos são vagabundos. Esquecem que nasceram passando fome, frio, desde a madre. Os neurônios intoxicados pelos desvarios dos pais, diz Salomão: "Instrui os meninos no caminho que devem andar, que jamais desviarão deles."
Temos certeza que as vezes recebemos almas difíceis, mas é para nossa redenção, aprimoramento e paciência, lutando na carne para polir e evoluir nossa passagem pela terra.
Lembrando o sonho do guri, no barraco deitou, comeu arroz com feijão e farinha. Sonhou: Aquele sonho letárgico, claro e verdadeiro. Ficou tão encantando que viu PAPAI NOEL entrar no seu pobre barracão de zinco. Como dizem os poeta Luís Antonio e Oldemar Magalhães, na voz da DIVINA. Tão lindo! Ficou tudo iluminado. Abriu o enorme saco. carrinhos, roupas, bolo de chocolate, tanta coisa... Que pena. Logo acordou.
Chorou e disse: "É mentira!." Mas JESUS que tudo vê apareceu e falou: "Meu pequeno, sabe porque não foi verdade? Ele é pobre e só guarda no saco o que dão para ele entregar. Também meu queridinho, ele está tão velhinho!... é tão estreita sua rua, tão alto o morro que ele não conseguiu subir. Mas logo você corre lá em baixo que vai encontra-lo. Feliz e sorrindo ao pé do morro, uma porção de jovens distribuindo muitos presentes. Até um deles estava vestido de papai noel. Ho, Ho, Ho, Ho!... QUE FELIZ NATAL! Movimentar as falanges do bem, ir em busca dos abandonados e colocar dentro de alguém um papai noel de verdade. Um natal de paz e alegria. Não esquecendo dos andarilhos e os dos asilos. Uma família criou os filhos visitando asilos e barracos, sem medo de bactérias. Com dificuldade resolviam os pequenos problemas.
Outro dia fizeram um rápido teatrinho onde as crianças tocavam violão, herança dos ancestrais. Foram criados ouvindo muita música e poesia. Vestidos a caráter, os três reis magos, um anjo, as oferendas para José, Maria e o Menino Jesus. Ofereceram ouro, incenso e mirra. O pai se vestiu de papai noel e no saco, meias e saquinhos com guloseimas gostosas. Para um velho não tem melhor presente, que aquecer os pés gelados, pelas doenças arteriais. É TÃO BARATO!!!... Um bugre vermelho o levou cânticos e apresentações, distribuindo os simples presentinhos. Muita gente viu, e ouviu dois velhinhos embevecidos de mãos para o alto falando: "João meu amigo, quem podia dizer que eu ia ver PAPAI NOEL DE VERDADE?" Sorrindo quase sem dente. Que inocência! Velho precisa ser cuidado. O tempo o faz virar uma criancinha novamente!...
Os sonhos serão sempre os mesmos, não só nesta data mais durante todo o ano. Tenhamos o espírito natalino de luz, amor e devoção, doando não só coisas materiais mas também sorrisos, beijos e abraços. Talvez esse seja o MELHOR PRESENTE PARA ALGUÉM.
Amados amigos, que me tem oferecido carinhos que não mereço. Feliz natal, próspero ano novo! Muitos Beijos
Vóvó JUNIA RIOS.