são os energéticos!

Um coreano/chinês/japonês maluco e com um corte de cabelo ridículo mata um monte de gente em uma universidade dos EUA, posta fotos e vídeos de sua empreitada demoníaca em seu flog e no youtube, vira celebridade mundial e se mata. Tal acontecimento há dias vem tomando conta das manchetes de jornais e revistas, reacendendo a discussão sobre o porte de armas e a facilidade para se conseguir uma em solo yankee.

O (ir)responsável por toda essa coisa feia comprou armas para a matança pela internet e em um supermercado (!). Absurdo, né? No documentário Tiros em Columbine, Michel Moore, seu idealizador, mostra como a cultura da violência é presente na sociedade estadunidense, apresentando suas raízes na colonização e na Guerra de Secessão. Assim, cai por terra o argumento de que vídeo-games, filmes e desenhos violentos poderiam influenciar crianças e adolescentes de lá a cometerem atrocidades contra o próximo. Nossa, ficou poético isso :p.

Já é um clichê da mídia internacional culpar sempre a televisão ou os vídeo-games quando acontece uma tragédia desse porte. Coisa de jornalista preguiçoso. Nas mais diversas partes do mundo games em que os personagens principais usam de violência para atingirem seus objetivos são os preferidos do público consumidor, crianças em sua maioria, e não é costume acontecerem tragédias desse porte na Romênia, por exemplo. Ah, tudo bem, o nobre povo romeno nem deve ter dinheiro para comprar um PS2, então esse exemplo não vale. Usemos o exemplo do Brasil, ora pois. No Rio de Janeiro, vendedores do comércio alternativo (camelôs) faturam enormes somas em dinheiro com a venda de jogos violentos, e não se costuma escutar sobre massacres, matanças, tragédias, atrocidades cometidas no Rio por alguém que tenha comprado um desses.

Se vídeo-games e desenhos animados realmente incentivassem crianças a isso ou a aquilo, para formar uma geração de boas pessoas seria bem simples: era só colocar um bando de meninos e meninas assistindo ao desenho dos ursinhos carinhosos o dia inteiro. Assim, teríamos pessoas que se importariam mais com o próximo, que não ligariam nem mesmo para chatos velhinhos puxadores de assunto e que numa consulta psiquiátrica se poriam à disposição para ouvir os problemas e angústias do psiquiatra. Já pensou? Até parece um sonho! Seria algo como o Livro “Admirável mundo novo” (ah, se você não leu, não entenderá o que eu quis dizer, seu inculto).

A questão do fácil acesso às armas é o que deve ser alvo de preocupação. Como assim comprar armas em um supermercado? “Ah, fui ao Wally Mart e comprei dois sacos de pão de queijo, jujubas vermelhas e uma metralhadora calibre 12”. Desse modo, qualquer imbecil pode levar para casa uma arma de destruição em massa. Tá, tudo bem, não vendem (ainda) bombas atômicas no Wally Mart, mas o poder de uma arma de fogo em mãos insanas gera uma destruição equivalente (juízo de valor infundado, mas blz = p). A proibição da venda de armas de fogo no Brasil resolveria apenas parte do problema, pois duvido muito que traficantes vão a lojas especializadas para comprá-las, mas os casos de violência doméstica (acidentes e mortes ocasionadas por discussões, por exemplo) diminuiriam consideravelmente. Ter um revólver em casa é tão perigoso quanto ter um elefante no quintal, vai que o dono do bichano se enfeza algum dia e o impele contra seus semelhantes...

Enfim, que esses jornalistas procurem novos culpados e não continuem caindo em velhos e desgastados clichês na hora de escrever sobre algo sério.