criticando os críticos

Se você for ao cinema hoje, verá em cartaz um bando de blockbusteres estadunidenses, uma meia-dúzia de filmes cults e também alguns filmes brasileiros. Até alguns anos atrás, o terceiro componente não estaria nessa lista, já que produções nacionais eram algo incomum e raro nas salas de exibição.

A situação parece ter começado a mudar com o sucesso de público e crítica de títulos como “Central do Brasil” (filme com temática nordestina, chegou a concorrer ao Oscar), “Que isso, companheiro?” (produção que retratava o período da Ditadura Militar) e “Cidade de Deus” (outro que concorreu ao Oscar, abordava as histórias da favela carioca homônima). A partir de então, tornou-se cada vez mais comum ir ao cinema e não ser necessário ler as legendas (é, em cópias estrangeiras dubladas também não se é necessário ler as legendas, dã).

Aproveitando o sucesso da tríade acima, foram produzidos inúmeros outros filmes com temáticas parecidas, tendo como cenário o nordeste do Brasil, a violência das áreas pobres ou a Ditadura. Exemplos seriam “O caminho das nuvens”, história de uma família que viaja do nordeste do país para o Rio de Janeiro em bicicletas embalada por músicas de Roberto Carlos, “Carandiru”, que narra o massacre ocorrido no presídio paulista no final da década de 90, e “Zuzu Angel”, produção recente, retrata o sofrimento de uma mãe mediante a prisão do filho pelo regime militar.

Quem também colhe frutos dessa invasão nacional às salas de cinema é a crítica especializada. Os profissionais desse setor adoram dizer que toda a produção cinematográfica brasileira apresenta baixos níveis de criatividade, já que ela se basearia apenas nos citados temas na feitura de um filme.

Ora bolas, qual o problema disso? Esses críticos são muito é chatos! Eu prefiro ir ao cinema e assistir a um filme do porte de Zuzu Angel do que ver “Xuxa Gêmeas”. Esses críticos são também preguiçosos e implicantes demais, eles nunca viram umas das comédias de Guel Arraes? Tudo bem que elas mais parecem uma minissérie Global adaptada para o cinema, mas e daí? Elas fogem aos temas que tanto dizem estar repetitivos. Também cabe lembrar títulos como “Vinicius”, “Sexo, amor e traição”, “Os normais” e “A grande família”, todos sem seca, torturas ou periferia.

Quero ver esses senhores falarem mal do cine estadunidense, por exemplo. Homem-Aranha e seus amigos da vizinhança é que comandam tudo por lá agora. Salve a Marvel e a Dc!