Prazer em reler!
Steve Jobs, fundador da empresa de informática Apple, relia todos os anos o legado espiritual de um guru indiano: a Autobiografia de um Iogue. Reler é como ler um novo livro. Talvez sejam nossos olhos que ora absorvem a cada piscadela o espaço entre as palavras. Ou quem sabe, diante do próprio talento para a solidão nos embevecemos com o amigo mais constante que todos os outros. Afinal, podemos nos enraivecer com pontos de vista, nos identificarmos com os sentimentos do protagonista, viajar no tempo e no espaço no conforto da poltrona, tudo isto sem afetar a relação.
Dizem que o Brasil é um país pobre em leitura. Pelo menos, em relação à farmácias, a pequena quantidade de livrarias que há na cidade levam a crer nisto. Por sua vez, a explosão do mercado editorial parece desmentir. O comércio de livros sobrevive em meio ao consumo exagerado das novidades para o entretenimento. Nas bancas, além de revistas coloridas vendem livros de bolso, que já foram campeões de vendas em tamanho maior e agora podem ser lidos com lupa. Povo que não lê textos em tamanho confortável para a visão fará questão de ler livros com letras tamanho-rodapé? Vão todos parar nos sebos! Nunca entendi o gosto por livros com cheiro de mofo. Mas isto acabou, nos sebos podem ser encontrados livros nunca, nunca folheados.
Quando o livro é muito bom o leitor necessita de intervalo maior para começar nova leitura, do contrário o próximo livro será abandonado para sempre sem remorso. Quem não experimentou a sensação de nostalgia pela proximidade da última página?! Assim foi comigo em: O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger, A Solidão dos Números Primos, de Paolo Giordano, Memórias Sonhos e Reflexões, de Carl Gustav Jung. Estes são alguns dos objetos de minha releitura, hábito que adquiri na infância, quando livros eram de difícil acesso. Agradeço por não termos televisão, o que me levou a reler infinitamente: O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos, Éramos Seis, de Maria José Dupré, entre outros.
Mas, diante de tanta oferta, a pilha dos novos aumentando na prateleira, por que perder tempo com releitura? Somos tão ávidos por números que agora só importa viver mais! Chegar aos cem anos e pelo caminho recitar a estatística de nossas leituras e outros feitos. Em tempos de internet, o prazer da leitura vai ficando cada vez mais distante. O tal minimalismo permite escrita e leitura afobadas, desde que o resultado seja minúsculo. No Facebook, ler é um mal desnecessário. O negócio é curtir e curtir a curtição. Fica a pergunta: que livro você releria todos os anos?
Steve Jobs, fundador da empresa de informática Apple, relia todos os anos o legado espiritual de um guru indiano: a Autobiografia de um Iogue. Reler é como ler um novo livro. Talvez sejam nossos olhos que ora absorvem a cada piscadela o espaço entre as palavras. Ou quem sabe, diante do próprio talento para a solidão nos embevecemos com o amigo mais constante que todos os outros. Afinal, podemos nos enraivecer com pontos de vista, nos identificarmos com os sentimentos do protagonista, viajar no tempo e no espaço no conforto da poltrona, tudo isto sem afetar a relação.
Dizem que o Brasil é um país pobre em leitura. Pelo menos, em relação à farmácias, a pequena quantidade de livrarias que há na cidade levam a crer nisto. Por sua vez, a explosão do mercado editorial parece desmentir. O comércio de livros sobrevive em meio ao consumo exagerado das novidades para o entretenimento. Nas bancas, além de revistas coloridas vendem livros de bolso, que já foram campeões de vendas em tamanho maior e agora podem ser lidos com lupa. Povo que não lê textos em tamanho confortável para a visão fará questão de ler livros com letras tamanho-rodapé? Vão todos parar nos sebos! Nunca entendi o gosto por livros com cheiro de mofo. Mas isto acabou, nos sebos podem ser encontrados livros nunca, nunca folheados.
Quando o livro é muito bom o leitor necessita de intervalo maior para começar nova leitura, do contrário o próximo livro será abandonado para sempre sem remorso. Quem não experimentou a sensação de nostalgia pela proximidade da última página?! Assim foi comigo em: O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger, A Solidão dos Números Primos, de Paolo Giordano, Memórias Sonhos e Reflexões, de Carl Gustav Jung. Estes são alguns dos objetos de minha releitura, hábito que adquiri na infância, quando livros eram de difícil acesso. Agradeço por não termos televisão, o que me levou a reler infinitamente: O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos, Éramos Seis, de Maria José Dupré, entre outros.
Mas, diante de tanta oferta, a pilha dos novos aumentando na prateleira, por que perder tempo com releitura? Somos tão ávidos por números que agora só importa viver mais! Chegar aos cem anos e pelo caminho recitar a estatística de nossas leituras e outros feitos. Em tempos de internet, o prazer da leitura vai ficando cada vez mais distante. O tal minimalismo permite escrita e leitura afobadas, desde que o resultado seja minúsculo. No Facebook, ler é um mal desnecessário. O negócio é curtir e curtir a curtição. Fica a pergunta: que livro você releria todos os anos?