TRÂNSITO: ETERNA IRRESPONSABILIDADE E CONVIVÊNCIA
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Para os Agentes de Trânsito João Batista Filho, de BH e Ivan Guimarães, no AM.
Fossem apenas motociclistas dirigindo bêbados e sem capacetes, com pouca ou quase nenhuma fiscalização de trânsito, principalmente em municípios nordestinos, nada escreveria sobre o assunto. Mas não é só isso. Por trás, existem conivências de autoridades de trânsito, desculpas esfarrapadas de quem deveria fiscalizar essa “motonificina” - elevado número de mortes envolvendo motociclistas que não usam capacetes, transportando famílias inteiras em cima de seus veículos de duas rodas, e, para piorar, descobriram e desbarataram uma quadrilha envolvendo auto-escolas que falsificam CNH, com a participação de autoridades dos departamentos estaduais de trânsito, para “motoristas” que tinham obrigatoriedade de frequentar aulas e fazer provas obrigatórias exigidas pela Lei 9.503, de 23 de setembro de 1977, que instituiu o CTB – Código de Trânsito Brasileiro.
Mas o pior é que em meio aos motociclistas irresponsáveis, há outros pertencentes a corporações militares que não usam seus capacetes ou os usam nos cotovelos, numa autêntica prática “cotovelar” irresponsável, além de policiais civis e militares dirigindo bêbados e dando “carteiradas” nos agentes municipais de trânsito, desrespeitando-os só porque estavam cumprindo o seu dever. Esquecem esses “carteiradores” que no trânsito só existem dois seres, ou uma autoridade legítima, os agentes de trânsito e o motorista, ou seja, os que fiscalizam e os que são fiscalizados, que não passam de simples motoristas atrás de um volante, mesmo que na vida civil seja alguma autoridade ou queiram se arvorar de “artoridades”, amigos de autoridades, mas que sequer tem importância no trânsito caótico e complicado das grandes cidades.
Por isso, não cabe qualquer tipo de arrogância vinda de motoristas militares bêbados, sejam de que patentes forem! A autoridade maior, no caso, é a do agente de trânsito no momento da abordagem! E fim de papo!
Há, ainda, motoristas que continuam dirigindo bêbados matando pessoas, entrando e saindo pela porta da frente das Delegacias, embora a Lei de Trânsito já tenha sido modificada, determinando “tolerância zero” para quem bebe e dirige, mas os delegados de trânsito nem sempre pensam da mesma maneira que os Ministros do STF. Essa nova interpretação pelo STF não serviu para inibir a prática de beber e dirigir e nem para punir os motoristas irresponsáveis, principalmente porque os infratores têm sempre proteção de pessoas importantes ou são autoridades ou, ainda, amigos de algumas autoridades que deveriam se envergonhar de tê-los como amigos.
Depois da aprovação da Lei da “tolerância zero” aumentou o número de motoristas que dirigem embriagados, drogados, arrebitados, entrando e saindo pela porta da frente das delegacias e continuam como se não tivessem deixado uma família enlutada pelas suas irresponsabilidades. Isso já passou a ser um escárnio à Justiça! O que mais tenho visto são delegados, Detran’s, juízes, desembargadores, ministério publico e outras autoridades totalmente omissas no trânsito para fazer cumprir a Lei da “tolerância zero”. É uma autoridade passando a culpa e a irresponsabilidade para outra autoridade. Um não faz nada. O outro também não faz.
Voltemos para o tema de minha crônica inicial. É vergonhoso ver motociclistas dirigindo bêbados, sem o uso de capacites, destruindo lares e matando pessoas, entrando e saindo pela frente da porta das delegacias e ninguém faz nada e ainda dizendo que não estão bêbados, mesmo não se agüentando em pé.
Cidades pequenas, mesmo sem qualquer tipo de fiscalização ou pouca fiscalização de trânsito, não lhes são dadas o direito de desconhecer o texto da Lei, como a nenhum outro cidadão lhes é dado também. O que ocorre é que sem a municipalização do trânsito em cidades pequenas, muitos prefeitos ainda não visualizaram essa importância, como também não lhes é importante nomear comissões de fiscalizações de saúde, de erradicação do trabalho do infantil, de combate e educação sobre droga, de trabalho emprego e renda e outras, porque as Comissões, quando funcionam, não permitem que os prefeitos embolsem dinheiro do erário público.
É assim que a “humanidade caminha”! Lamentavelmente.