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ENGANOS E DESENGANOS

Ysolda Cabral
 

Coloquei o título acima e nem sei a razão... Mas, sei! Antes eu não sabia nada e vivia enganada. Quando desenganava vinha a dor do desengano, que me maltratava pra caramba! Só acabava quando acontecia outro engano e assim as coisas iam, e iam, e iam...Contudo, depois da conversa que tive ontem com a minha amiga, mais que linda e mais que loira, Rosy, a luz se fez! Agora sei que sei de tudo. Pois é! Não é por acaso que as coisas acontecem. Às vezes eu ficava pensando qual a razão da bela amiga de olhos verdes, que cisma de tê-los azuis, ter vindo trabalhar na mesma divisão que eu.

Ontem eu estava meio '' Assim,Assim''... Ela mais que depressa puxou conversa comigo. E, conversa vai, conversa vem, conversamos sobre um monte de coisas... Casa, trabalho, filhos... Até trocamos opções de cardápios para regimes milagrosos! Até que ela começou a falar de amor...

O amor que ela sente pelo atual marido. Eu pude constatar a veracidade daquilo que ela afirmava com tanta convicção e observei:

- Então você finalmente se apaixonou e está amando de verdade!

Ela olhou pra mim surpresa e sem titubear falou: Eu já amei algumas vezes e todas as vezes foi amor de verdade.

Deixei de escutá-la para perscrutar a minha alma...

Então quer dizer que amei pra valer o meu primeiro namorado, aquele desclassificado? Aí ponderei: mas com ele aprendi a dançar - ele tinha um pé de ouro! Já o segundo devo ter amado ainda mais! Era um bicho do mato! Bonito que só, mas muito mal educado. Me deu um trabalho danado pra fazê-lo tomar gosto pelos estudos; deixar as bebedeiras; as más companhias; deixar de ser galinha e, até, aproveitei o meu aprendizado anterior e lhe ensinei a dançar. Outra grande dificuldade já que não tinha ritimo algum. Foi uma peleja!

Já o terceiro... Ah o terceiro me levou para o altar! O ''amor da gente'' de 30 anos ( seis de namoro e noivado, mais 24 de casamento) foi pra toda vida, desde que, de nós, veio a nossa filha, presente de Deus. - Divorciam-nos há três anos.

E, quando eu menos esperava, me chegou o amor mais bonito: o amor advindo da poesia. Aquele amor sonhado desde menina, porém o mais enganoso, posto que é feito da mais pura ilusão.

Fugi dele voltando às crônicas!