Diário de Sonhos - #055: Monstro
Sonhei que estava passeando de bicicleta pelo interior. Subo uma ruazinha de terra batida escondida entre muitas árvores altas. Continuo subindo mais e mais, indo cada vez mais "para o fundo da pintura", além das cercas. Faz um dia ensolarado e silencioso, há verde por todo lado. E ao fundo, o horizonte é pintado pelo azul do céu e pelas majestosas montanhas à distância.
Agora estou numa autoestrada ventura-highway-route-66. Estou parado no acostamento, sentado numa moto tipo sidecar, tipo uma Harley Davidson com um "carrinho" do lado. No carrinho vai o meu irmão. Estamos perdidos, e eu não sei pra onde vamos.
Agora a paisagem muda bruscamente. É noite escura, e estou à frente de uma grande construção, que parece ser uma mistura de ruína de um castelo com a laje perto daqui de casa. Ao meu lado tem uma mulher e um sujeito chamado Doctor Jones. Quero subir até o topo do castelo, e me pergunto como. Uma voz responde que subindo pela corda. Me esgueiro pela beirada do castelo. Se eu escorregar caio num mato (o castelo está flutuando acima do que parece ser uma selva tropical densa e sinistra). Encontro a corda e subo. Doctor Jones me mostra que encontrou algumas relíquias de arqueologia, aparentemente incas. Ele as guarda numa caixinha e desce pela corda. Antes que eu desça, um homem enorme e muito, mas muito forte, surge, Seus ombros são largos, seus músculos firmes e as veias saltas. O pescoço é anormalmente grosso e a cabeça desproporcionalmente pequena. Ele é careca, possui presas no lugar dos dentes e tem uma corrente quebrada presa ao pescoço, como se ele tivesse acabado de se libertar da prisão. Está com o peito nu. Usa apenas um short jeans rasgado. Reconheço o monstro como sendo meu irmão. Entro em desespero e começo a correr pela laje do castelo. Não consigo pensar numa fuga, quero gritar mas não me sai a voz. Num momento de estupidez e coragem jogo meu corpo contra a criatura e ela cai da beirada do castelo, se espatifando lá embaixo.
Estou de volta à frente do castelo, com a caixinha que o Doctor Jones guardou as relíquias. Abro-a, mas tudo o que tem dentro dela é areia e cocô de gato. Doctor Jones me mostra alguns colares e enfeites incas. De repente, o monstro-meu-irmão reaparece, furioso. Mas dessa vez eu estou ainda mais furioso por este moleque estar sempre querendo levar vantagem sobre mim. Saco uma espada ou machado, não lembro qual, e decepo a cabeça do infeliz. O corpo fica parado no mesmo lugar, e a cabeça desaparece sob a copa das árvores selvagens lá embaixo.
Vinte e oito de novembro de dois mil e treze.