Porque A Vida É Assim
Por Carlos Sena (Da coleção “Textículos”)
Compreender a vida não requer sabedoria universitária. Vivê-la não requer além do sentimento do mundo que a gente tem que aprender no exercício de estar vivo. Por isso, há certas coisas simples que a gente pode muito bem não se esquecer delas. Uma dessas coisas é a certeza de que tudo passa; que não há bem que nunca se acabe nem mau que sempre dure. Outra é o exercício da paciência com o outro, porque assim os outros também serão pacientes conosco. Mais uma é se permitir sem se cobrar e, quando houver cobrança que seja por mais amor.
No compreender que tudo passa, insere-se o que muitos temem: envelhecer. Melhor entender que “quem envelhece é porque venceu a morte quando jovem!”. Permitir-se – eis uma coisa por quem vale a pena ter vivido. Nesse contexto faz parte ignorar o que os outros dizem de nós, porque isso será sempre problema deles. Chorar por alguém, jamais. Chorar? Só por nós, porque seremos chorões por causas nossas. Mas, se de todo a vida nos der as costas, façamos como Nelson Rodrigues: “passemos a mão na bunda dela”...
Porque chega um dia em nossa vida que a gene não pode guardar roupa nova para um dia de festa. Nem pode deixar dinheiro no banco porque lá ele fica sem função como a de permitir um bom jantar, uma viagem dos sonhos, até mesmo comer uma boa torta sem se importar com o nível da sua glicose ou com sua silhueta. Inclua nesse intervalo o carinho do filho, o beijo do ser amado, o sonho sonhado coletivamente em família. Mas, não se iluda com os afetos: eles também passam, modificam-se, morrem... Porque a vida é assim.
Por Carlos Sena (Da coleção “Textículos”)
Compreender a vida não requer sabedoria universitária. Vivê-la não requer além do sentimento do mundo que a gente tem que aprender no exercício de estar vivo. Por isso, há certas coisas simples que a gente pode muito bem não se esquecer delas. Uma dessas coisas é a certeza de que tudo passa; que não há bem que nunca se acabe nem mau que sempre dure. Outra é o exercício da paciência com o outro, porque assim os outros também serão pacientes conosco. Mais uma é se permitir sem se cobrar e, quando houver cobrança que seja por mais amor.
No compreender que tudo passa, insere-se o que muitos temem: envelhecer. Melhor entender que “quem envelhece é porque venceu a morte quando jovem!”. Permitir-se – eis uma coisa por quem vale a pena ter vivido. Nesse contexto faz parte ignorar o que os outros dizem de nós, porque isso será sempre problema deles. Chorar por alguém, jamais. Chorar? Só por nós, porque seremos chorões por causas nossas. Mas, se de todo a vida nos der as costas, façamos como Nelson Rodrigues: “passemos a mão na bunda dela”...
Porque chega um dia em nossa vida que a gene não pode guardar roupa nova para um dia de festa. Nem pode deixar dinheiro no banco porque lá ele fica sem função como a de permitir um bom jantar, uma viagem dos sonhos, até mesmo comer uma boa torta sem se importar com o nível da sua glicose ou com sua silhueta. Inclua nesse intervalo o carinho do filho, o beijo do ser amado, o sonho sonhado coletivamente em família. Mas, não se iluda com os afetos: eles também passam, modificam-se, morrem... Porque a vida é assim.