BRASIL TERRA DE CONTRASTES

Brasília e os seus mensaleiros famosos, alguns deles já cumprindo pena na “Penitenciária da Papuda”, têm sido o foco do noticiário nacional e internacional e vem fazendo jus ao título desta crônica, face ao ineditismo de certas ocorrências.

Hoje se sabe, por exemplo, que José Dirceu, talvez o preso mais famoso da “Papuda”, cumprindo pena em regime semi-aberto, vai trabalhar como Gerente Administrativo de um hotel da capital federal, ganhando “apenas” R$20.000,00 por mês, num país onde o salário mínimo não chega aos R$1.000,00.

José Genoíno, outro preso de destaque, está tentando “cumprir” a pena em casa, junto à família por motivos de saúde, ao tempo em que mexe os pauzinhos para se aposentar já, embolsando um salário vitalício de quase R$30.000,00 mensais. O tal de Pizzolato, com dupla cidadania, escafedeu-se para a Itália, fugindo do acerto de contas com a justiça brasileira. Marcos Valério, o operador do “mensalão”, mexe com seus pauzinhos através dos seus advogados para cumprir pena em Sete Lagoas/MG, cidade vizinha à Caetanópolis, onde ele comprou uma belíssima e grande fazenda por mais de R$6.000.000,00 de reais, pagando à vista! É surreal, pois a cadeia de Sete Lagoas guarda apenas os pinguços e batedores de carteira costumeiros dos finais de semana, gente que é useira e vezeira das suas simplórias dependências.

Enquanto isso, as pessoas que têm parentes presos na “Papuda”, em Brasília, manifestam suas estranhezas aos jornais e à televisão que as buscam para rápidas entrevistas, como aquela senhora de 57 anos, falando:-

“- A gente chega de madrugada pras visitas, pega senha, anda mais de três quilômetros pelo mato, atravessando uma estradinha de terra até chegar à “Papuda”. Aí nos submetem à revista que constrange, como eu, que já fiquei toda nua, as guardas me enfiaram os dedos no ânus e na minha xota, procurando drogas ou celulares, segundo elas. Enquanto isso, os advogados e as famílias, com mulher, filhos e amigos dos bacanas presos, vêm à toda hora e entram de carro com roupas, bebidas e comida para os seus que estão reclusos e não são revistados. Acho que a lei deveria ser igual para todos!...” – desabafou a pobre senhora.

Realmente, como já disse uma vez o grande general francês Charles De Gaulle:- “O Brasil não é um país sério”.

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B.Hte., 27/11/13

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 27/11/2013
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