ÀS MULHERES - SABOREANDO-AS
Sempre que posso escrevo sobre as mulheres – aliás, diga-se de passagem: quase uma perseguição – mas saudável. No texto de hoje vou fazer um apanhado das minhas amigas de trabalho (não sou o ‘Sílvio’, mas aqui as mulheres que escrevem considero-as amigas, logo...).
Considero amigas de trabalho todas as que, de uma forma ou de outra, apresentam algo sobre o ato de escrever. E escrever é uma arte que se desenvolve na escola (pois é lá que se aprende, na maioria das vezes, a escrever) – a professora; desenvolve também em forma de poetisa, de cronista, de apenas ‘rabiscadora de palavras’; sonhadora.
As mulheres possuem talentos que, se desenvolvidos, envolvem-nos. Deixa-nos carente daquele seu poder de sedução. E como sabem seduzir! Muitas vezes tenho até vergonha – olha, logo eu dizendo que tenho vergonha – de dizer que elas me seduzem, mas conforme a situação, nada posso fazer.
Na escola que trabalho há um colega meu que disse: nunca vi tanta gente feia junta! Concordei com ele ‘quase’ plenamente, pois salva-se pouco – e das que podem ser salvas, quem somos nós (eu e ele, somados aos outros colegas de trabalho) para ‘jogar o charme’? Dizem que é assédio... rs – mas... Ensino muitas a escreverem, mas somos profissionais, temos que separar as coisas, mas sabemos que elas não sabem separar as coisas – cuidado é preciso, e muito!
As minhas colegas de trabalho, poetisas e cronistas, muitas deixam transparecer em seus textos toda a alegria da vida, do ato de viver. E viver é tão bom! Mas tão bom que dá vontade de entrar dentro dos textos das mesmas e saboreá-los. Parece que ao mesmo tempo estamos saboreando parte deste universo feminino.
Por outro lado, determinados textos deixam-nos severamente tristes. Mostram-no o lado cruel, tristonho que cada uma vive – (e até nós mesmo fazemos isso). Essa arte existe, pois nossas palavras mostram-nos, expõe-nos. O que fazer? Quando não podemos gritar aos ventos do mundo, espalhamos através de nossas palavras.
Finalizando este pequeno apanhado de palavras sobre as minhas amigas de trabalho, peço antecipadamente perdão, mas amo-as como são, como se apresentam. Não as questiono, apenas tiro as minhas conclusões – assim como sei que elas tiram as conclusões sobre o que escrevo.
21de Abril de 2007