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REMO DO ASFALTO
Ysolda Cabral

 
Dia azul, Sol a pino, Mar tranquilo e vestido de Céu. Vento brando a me envolver na manhã cheia de Vida. No calçadão da Praia de Boa Viagem, pessoas de todas as idades se exercitam de alguma maneira. Outras simplesmente estão sentadas desfrutando da manhã pra lá de linda e muito especial.

Estou tranqüila, em paz comigo e sem pressa alguma, apesar de mais uma noite insone por conta de uma crise renal. Toda a paisagem me enternece, porém em nenhum momento sinto tristeza ou inveja de não poder ficar ali desfrutando também de tanta beleza natural.

Como nem tudo pode ser perfeito, eis que avisto um esqueitista voando no asfalto. Paro! O coração acelera e aguardo curiosíssima para saber como àquilo estava sendo possível.

- Sempre os vi usando as pernas para fazer o skate se movimentar numa canseira que dava dó!


- Agora não! Era diferente.

Fiquei aguardando que se aproximasse, até que pude perceber que trazia nas mãos uma espécie de remo, com extremidade flexível, ou rodinha, que usava para andar. Andar não! Voar.

- Que coisa espetacular!

Achei incrível e de repente fiquei morta de vontade de fazer o mesmo.

Perdi a vontade de continuar o meu caminho e fiquei com a sensação de quem não viveu quase nada... Ainda.