UMA POLTRONA NA SALA DE TV
Fim de semana, família reunida e o encontro obrigatório na sala de tv. Somos quatro e por acaso o controle remoto é único. A primeira fase desta reunião é marcada pelo “quem vai ao ar perde o lugar” e claro que era o melhor na poltrona. A segunda fase da reunião é definir em consenso o que “vamos” assistir, um dos acordos mais difíceis que as reuniões do senado federal, porque tem futebol e a variedade de filmes dos telecines, hbo’s e os demais concorrentes. De repente Toy Story e percebemos que vale a pena ver de novo. Em meus sessenta e três anos me deleito no que vejo tanto na tv quanto em minha frente na sala. É muito bom pensar que os nosso brinquedos dialogam entre si pois do contrario o viver dele fora da mão da criança seria muito inútil e muito triste também. Ninguém pra conversar, que coisa chata. Afinal de contas nós não dialogamos com os nossos bebês?
Quantas vezes vi a mamãe num longo dialogo com nossa filha caçula hoje esparramada na poltrona com quinze anos. E as duas se entendiam maravilhosamente bem. O que falavam? Não tenho a menor ideia, mas eu também sorria quando as duas soltavam boas gargalhadas. Algumas vezes eu bem que tentava e até balbuciava alguma coisa, mas quando ela respondia eu ficava a ver navios e pensava ‘essa menina deve achar esse pai um bocoió’. Dou uma bela gargalhada na sala. Nem meus filhos, nem minha esposa conseguem entender porque. Meu velho pai esta ficando velho mesmo já esta ate variando... na cena mais triste do desenho ele ri...
A viagem esta maravilhosa, a visão é inesquecível, estes momentos foram ímpares, mas é melhor voltar pra sala junto da família e continuar vendo os brinquedos conversarem. Este sonhar em fantasia nos faz muito bem.