A geração do amor
A geração do amor.
Uma grande nuvem cinza cobriu o céu de novembro. O vento soprou forte levantando a poeira das ruas e fazendo voar as folhas secas e amareladas pelo causticante sol que sumiu antes das 14 hs, deixando pessoas há um passo da eternidade. Aquele momento quando os corações batem apressados em busca de uma resposta às expectativas instantâneas que surgem em mentes confusas e outras nem tanto.
Seria hora de rezar, pedir ao bom e incomparável Deus por uma resposta que não fosse a polvorosa destruição que tanto atemoriza todo o vivente desse insólito planeta... Seria apenas aqui onde quase tudo acontece ou em toda a vastidão?
A bem da verdade, fatos novos e antigos retornam sempre ao convívio dos homens e esse grande retalho de terras, planícies, montanhas, rios, mares, florestas e desertos que compõe o Mapa Mundi, que lhes foram dados nomes e donatários provisórios, que conforme o grau de desenvolvimento social, cientifico e cultural somem mais e que também os se impõem pela força e pela devassidão da espionagem, tão comum em povos descontentes e inseguros... Eu, vivo em uma cidade com pouco mais de um milhão de habitantes, porém, tão insegura quanto qualquer grande metrópole, ao ponto de se ver policiais serem assassinados somente pelo fato de o serem policiais. E, eu pergunto: que tipo de gente é essa que elimina a legalidade, a estabilidade funcional da sociedade? Não me perguntem porque eu não sei e nem quero saber. Mas, a falta de Deus no coração das pessoas está fazendo com que sejamos assaltados pela violência desmesurada e inominável que disputa o espaço que existe entre nós, o amor e a própria vida...
Mas, em nosso pais, um episodio político ganhou grandes proporções e os tribunais proferiram na sentença duras penas a alguns anciões e pessoas simples da sociedade brasileira. O povo foi às ruas, como sempre e em todas as ocasiões em que os réus sejam pessoas publicas ou que detenham ou detiveram cargos públicos invejáveis, para bradarem e baixarem o polegar, assim como na Roma antiga dos gladiadores, quando o sangue derramado apaziguaria conflitos internos advindos da própria indiferença pessoal de cada um.
No entanto, em minha cidade, uma localidade impar, que teve o dedo de Deus em suas nuances e contornos, a paz voltou a reinar e, como em um passo mágico, a grande nuvem cinza se dissipou em um encantamento e surge o sol em toda a sua intensidade, anunciando, quem sabe, a vinda do Cristo Salvador em vidas novas que brotam agora, a geração do amor.
Airton Gondim Feitosa