Coisas de Candinha
...chegou a notícia que o “Templo da Alegria” ia fechar; que os proprietários estavam passando o estabelecimento; que o ponto era ótimo, mas que... E até cogitou-se que os donos haviam feito uma aposentadoria privada e que, acertada todas as condições da mesma, agora iam viver de renda. Era certo: passavam o negócio para frente.
Perplexidade!
Exclamações: oh! É? ...e agora?
Suposições:
-Ué?! Eu vi novos aparelhos chegarem para ser instalados! Será que desfarão do negócio que parece ser tão lucrativo?
-Contrataram novos funcionários, não foi?! Como que, com o investimento que fizeram, irão pôr fim no negócio?!
-Como faremos se de fato fecharem?
-Será que o novo proprietário manterá os mesmos horários? As atividades serão as mesmas?
-Bem que eu vi e ouvi o proprietário tratando com fulano! ...e depois eu vi a proprietária na rua mostrando isto e aquilo, gesticulando e dialogando veementemente.
Por dias isto trouxe comoção e dúvidas em quem ouviu o discurso noticioso e gosta tanto daquele lugar pelos benefícios físicos e mentais que o lugar traz. Afinal, corpo sadio, mente sã. Esta é uma verdade desde os tempos dos filósofos antigos.
Com o tempo nada aconteceu e o noticioso perdeu proporção.
...
Caminhando pelas ruas, viu-se um carro promovendo vendas e aluguéis de imóveis. Entre fotos de casas e estabelecimentos e suas descrições e valores lá estava a imagem em que o “Templo da Alegria” aparecia. Somente chegando mais perto e observando uma quinta foto é que se percebe que o quê estava sendo desfeito era outro imóvel: era loja de construção e não a academia de ginástica que funcionava em espaços geminados.
São atitudes do gênero em que a pessoa vê ou ouve algo, tira conclusões precipitadas e saem alardeando boatos. As histórias vão sendo construídas como peças de tricô e crochê.
Quem conta um conto aumenta um ponto.
Coisas de Candinha desocupada!
Leonardo Lisbôa.
Barbacena, 23/11/2013.