ATIRE A PRIMEIRA PEDRA!

 
 
“Todos contam as “cachaças” que eu bebo,
mas ninguém sabe dos “tombos” que levo...”
(Dito popular)
 

Às vezes tenho a impressão que a gente só é aceita quando as coisas vão bem. Bastou um tropeço, uma fraquejada, um pequeno lamento, a confissão de que não se está bem, para as pessoas se afastarem de você. Como se ninguém tivesse, em sua jornada de vida, passagens e mais passagens dolorosas, desagradáveis, inesquecíveis.
 
É assim a vida. É assim a saga de todos. Dias de alegria, sucesso, vantagens e outros  (e quase aposto que é a maioria), de períodos negros, de fracassos, desvantagens, depressões e coisas tais que nem mesmo queremos lembrar. Mas somos humanos, falíveis e, tentando encontrar apoio em ombros amigos, a gente ousa abrir o coração, depor a alma ferida e nem sempre se é compreendido.
 
Daí a pergunta: abro uma coca-cola gelada, me debruço no parapeito, vejo a morte lá embaixo, dou adeus a ela (que não vou dar asas à imaginação odiosa), confio meus problemas a mim mesma, espero pela reabilitação de minhas dores, pela cicatrização de minhas feridas, sozinha, como sempre fui - assim como nasci e assim como morrerei - e seguro a esperança em minhas mãos cansadas, frágeis, para não desmoronar?

Melhor deixar que a chuva caia, de mansinho, sobre nosso corpo, lavando nossa alma e levando todas as mazelas que arquivamos ao longo de nossa caminhada. Sofrer não "tá" com nada, mas, "se não há remédio, remediado está." Que atire a primeira pedra quem nunca se sentiu assim!
 
 
(Milla Pereira)



ÓTIMO DIA A TODOS!