MULHER É COMO PISCINA

                    Hoje dei início à limpeza da piscina, visando ao verão. Pouco uso, mas meus filhos acham-na útil, ainda que usada três ou quatro vezes em cada verão. Foi aí que lembrei de uma frase de um conhecido recente, dado a sacadas sutis, inteligentes e divertidas. Sobre piscinas me disse ele: "Piscina é como mulher, não compensa o trabalho e o custo, pelo tempo que a gente passa dentro dela."

                  Imediatamente, lembei de um antigo amigo, com quem conversei ontem. Ele estava feliz porque a última relação, que durou três anos, tinha-lhe custado apenas duzentos mil reais: um apartamento de cem mil e oito prestações de doze mil e quinhentos reais. Esse meu amigo tem por volta de sessenta anos, sucesso na profissão e, acredito, um grande insucesso nas relações de par. Além de ser péssimo administrador do patrimônio. Como, aliás, é extremamente comum entre os homens desta idade.

                  Quando pensei nessas coisas, deixei o resto da limpeza da piscina para amanhã. Resolvi fazer um cálculo sobre custos e benefícios de relações, quando se tem sessenta anos. Nessa idade, procriar é assunto que nem se discute. Imagina o cara com setenta e um filho de dez querendo percorrer os novos circuitos criados pela Prefeitura para ciclistas! Buscá-lo, na balada de sábado, com setenta e cinco! Escutar que tu és "decrépito" quando ele fizer vinte anos! Não, definitivamente, procriar aos sessenta anos é utopia, embora conheça pessoas que estão fazendo isso. Mas eu não estou aqui para julgar quem pensa diferente.

                 Então, o cara com sessenta, com tesão e um Cialis para ajudar, o quê quer? Atenção, carinho, reconhecimento e o direito de gastar o que o Cialis provocou.

              Sarcasticamente, fiz o cálculo. Dizem que, no auge da paixão, um homem transa três vezes por semana com a amada. Com a esposa, a frequência cai para uma vez por mês. E olhe lá!

               Para meu amigo de sessenta anos, imaginei uma transa por semana, o que dá cento e sessenta transas durante a relação. Custo de cada transa: R$1.250 (um mil duzentos e cinquenta reais), isso sem contar os inúmeros jantares para que a coisa acontecesse.

                   Liguei para duas casas noturnas conhecidas de Porto Alegre e cotei o preço para uma noite completa de prazer, inclusive companhia para jantar, ida ao teatro e a declaração de que a transa tinha sido uma coisa maravilhosa: R$250,00 (duzentos e cinquenta reais). Perguntei: precisa ligar no dia seguinte para dizer que ela foi fantástica? Não, me garantiram. Fiz as contas: um jantar a dois, com espumante, R$150,00, a companhia R$250,00. Somando: R$400,00. Com a vantagem de cobrança nenhuma, troca de par a cada encontro, Nenhum risco de declaração de "união estável" e a economia: R$850,00, por mês. Isso falando apenas do lado financeiro. Imagina as cobranças sobre toalha molhada no quarto, atrasos nos dias dos encontros com amigos, o acento do vaso no banheiro, a ligaçao da ex-mulher e por aí vai.

                        Definitivamente: mulher é como piscina.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 20/11/2013
Reeditado em 21/11/2013
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