O DIA EM QUE TROQUEI MEU CARRO POR UM PAR DE TENIS
O DIA EM QUE TROQUEI MEU CARRO POR UM PAR DE TENIS
12/11/13
Engana-se aquele que pensa ser este um daqueles textos “politicamente corretos” onde se demonstra todo o esforço de um pobre mortal em busca da saúde pessoal e coletiva dando sua “gota de água” em busca de se “apagar o incêndio” do ar irrespirável que sorvemos pela boca já que nossos narizes se encontram impedidos e literalmente ocupados pela poluição. Este texto retrata simplesmente o dia a dia de um brasileiro pagador de impostos que se sente cansado dos desmandos, da incompetência, das improbidades, das injustiças, das corrupções, das desocupações e das ocupações, das drogas e dos drogados que são os reais 3 poderes desta terra de Santa Cruz.
Se deus é brasileiro está na hora dele voltar das férias.
Profissionalmente sempre fui contrário ao gigantismo. Toda organização muito grande tende ao desperdício, ao incontrolável. Hoje o que vemos na direção de nossas cidades, das grandes capitais, é um modelo de gestão falido, exercido de forma monocrática por um político eleito por simpatia, por poder econômico ou feudal, quase sempre despreparado tecnicamente e sempre cercado por um bando de sugadores das tetas públicas.
Às vezes me pergunto como uma única pessoa pode ser o síndico de um condomínio tão vasto em extensão quanto em desigualdades. Enquanto uns lutam por uma praça onde a vegetação sobreponha o concreto ou o asfalto, outros se preocupam com suas casas a beira dos barrancos ou a ameaça de nuvens negras que sinalizam o novo período de protesto da natureza contra aqueles que não souberam respeitá-la.
Não seria mais lógico e prático que cada regional ou ainda melhor que cada bairro tivesse o seu gestor. Que este gestor fosse o responsável por utilizar os recursos recolhidos da comunidade local, ou pelo menos por 70% dele.
Se assim fosse, o asfalta hoje quebra asfalto amanhã acabaria, o transito seria mais racional, as praças seriam mais cuidadas, os barrancos seriam contidos, ou contidos seriam aqueles que desejam construir onde não é possível, as bocas de lobo seriam limpas, o escoamento natural das águas seria preservado, conheceríamos os policiais que efetivamente responderiam pela segurança pois seriam moradores do bairro em casas para eles construídas. Tudo seria circunscrito no âmbito da comunidade.
Sonhar é preciso. Hoje achamos que uma ordem de prisão dada a meia dúzia de poderosos é um exemplo de justiça o que para mim não deixa dúvida de que o que impera é a impunidade e isto, ainda que dure mais de uma semana, só é a exceção que confirma a regra.
Quero o meu tênis que vou caminhar para encontrar uma vida mais simples, natural e irracional.
Geraldo Cerqueira